Museu da Louça Preta em Bisalhães: Uma Homenagem aos Oleiros e à Tradição
O novo Museu da Louça Preta de Bisalhães celebrará a arte da olaria negra, promovendo o turismo em Vila Real com um investimento de cerca de 550 mil euros.

O Museu da Louça Preta de Bisalhães está prestes a ser uma realidade, com o intuito de prestar homenagem aos oleiros locais e valorizar uma tradição que remonta ao século XVIII. Este projeto, que representa um investimento de aproximadamente 550 mil euros, procura não apenas preservar a arte da olaria negra, reconhecida pela UNESCO em 2016, mas também potenciar o turismo na região.
Durante a apresentação do museu, o presidente da Câmara de Vila Real, Alexandre Favaios, enfatizou a importância da salvaguarda desta arte ancestral, destacando que o novo espaço ocupará uma casa de habitação histórica de 250 metros quadrados, que ainda possui uma oficina de olaria e um forno tradicional. O projeto contemplará a recuperação desse espaço, combinando-o com uma nova edificação que incluirá uma área expositiva, um pequeno auditório e uma oficina experimental.
Favaios sublinhou que o museu terá uma abordagem tripla: a dinamização económica da olaria, a valorização do turismo no concelho e o desenvolvimento de um serviço educativo que transmita conhecimentos às novas gerações, assegurando a continuidade desta arte.
O oleiro Querubim Queirós da Rocha, que tem dedicado a sua vida à olaria, partilhou a sua alegria pela iniciativa, afirmando que a construção do museu será benéfica para Bisalhães. Sara Marinho, uma nova oleira, também apoiou a ideia, considerando que pode elevar Bisalhães a um nível internacional e reforçar o interesse dos turistas.
A vereadora da Cultura, Mara Minhava, referiu que o projeto é colaborativo e pretende ser um “lugar vivo” recheado de histórias. Ela também mencionou que o município está a trabalhar na certificação do barro negro para garantir a autenticidade das peças, que receberão um selo distintivo.
Félix Touças, presidente da Junta de Mondrões, afirmou que o barro de Bisalhães é um “diamante por lapidar” e que, nos últimos anos, o trabalho na região tem avançado significativamente. A UNESCO reconheceu o processo de fabrico do barro preto como Património Cultural Imaterial que necessita de uma salvaguarda urgente, sendo esta modalidade de olaria uma prática intensa que exige dedicação e conhecimento que data pelo menos do século XVI.
O novo museu funcionará também como um complemento ao Museu de Numismática e Arqueologia de Vila Real, prometendo ser uma vitrine vibrante da cultura e do património da região.