Neve surpreende praias argentinas e provoca caos invernal
Uma vaga de frio inusitada fez com que cidades costeiras na Argentina fossem cobertas de neve pela primeira vez em mais de uma década, gerando mortes e problemas de energia.

A Argentina é, uma vez mais, surpreendida por fenómenos meteorológicos extremos. Desde o final de junho, uma vaga de frio intensa tem atingido o país, resultando em quedas de neve nas praias, uma cena rara que não se observava desde 2013.
As praias argentinas, especialmente na província de Buenos Aires, transformaram-se em paisagens brancas. Residentes de localidades como Miramar, Monte Hermoso e Mar del Plata acordaram na segunda-feira para encontrar a neve a substituir a habitual areia.
O Serviço Meteorológico Nacional (SMN) da Argentina alertou que este fenómeno é excepcional, decorrente de uma corrente de ar frio e húmido que fez descer as temperaturas a valores entre 0°C e 1°C. Avisos de queda de neve e chuva foram emitidos, embora se espere uma melhoria nas condições climáticas nos próximos dias.
Entretanto, a influência desta frente polar não se restringiu apenas à costa, abrangendo também territórios como Tucumán, sul de Córdoba e Mendoza, onde a neve fez a sua aparição após longos anos. Em Trelew, a neve voltou após uma ausência de mais de uma década, e em Puerto Madryn, até um jogo de futebol teve que ser suspenso devido ao clima adverso. Nos extremos sul, como Santa Cruz e Terra do Fogo, as quedas de neve ultrapassaram os 25 centímetros, enquanto a cidade patagónica de Maquinchao registou uma impressionante temperatura de -18°C.
Esta onda de frio não afetou apenas a Argentina; o Uruguai e o Chile também sentiram as suas consequências. A necessidade de energia levou à suspensão do fornecimento de gás para indústrias e postos de abastecimento, garantindo que as residências tivessem prioridade. Infelizmente, o frio rigoroso já provocou a morte de pelo menos 15 pessoas, a maioria das quais na Argentina, com relatos de cortes de eletricidade que deixaram milhares sem aquecimento por mais de 24 horas.
A situação é alarmante, mas as autoridades trabalham para minimizar os efeitos desta vaga de frio histórico.