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Regulamentação e Literacia Mediática em Foco no Combate à Desinformação

Especialistas apontam a necessidade de uma maior regulamentação das redes sociais e de uma aposta na literacia mediática para enfrentar a desinformação, especialmente durante períodos eleitorais.

19/06/2025 21:15
Regulamentação e Literacia Mediática em Foco no Combate à Desinformação

No workshop intitulado "Fake News: aceitação e correção de desinformação em contextos de interação social", realizado no ISPA (Instituto Universitário) em Lisboa, foram abordadas as crescentes preocupações relacionadas com a desinformação. A académica da Universidade de Lisboa, Amanda Seruti, sublinhou que "as redes sociais são criadas para gerar engajamento", o que torna a regulamentação uma prioridade crucial.

Seruti reforçou que os períodos eleitorais favorecem a propagação de desinformação, uma vez que há um aumento no financiamento para campanhas em redes sociais e através de influenciadores digitais. Para Tomás Alves, académico do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, "as redes sociais são eficazes na disseminação de mensagens rápidas", enfatizando a necessidade de uma "fiscalização mais rigorosa na criação de contas" para distinguir entre agentes legítimos e prejudiciais.

A académica Rita Guerra também fez questão de ressaltar a importância da responsabilização do Estado e da União Europeia na regulamentação das redes sociais. Segundo ela, "as fontes que produzem as mensagens estão bem identificadas", e uma regulação adequada poderia permitir um melhor controle da distribuição de desinformação.

O jornalista do Público, João Mestre, destacou que é imperativo adotar uma abordagem "de um para um" no combate à desinformação, uma vez que as estratégias de comunicação em massa perderam eficácia. Ele comparou a imprensa a um "supermercado" de informação, onde a qualidade é frequentemente comprometida.

Rita Guerra também identificou uma "grande falta de vontade política" para promover a literacia mediática, lembrando que já existem espaços nos currículos educacionais onde essa educação poderia ser integrada, como nas disciplinas de português ou cidadania.

O jornalista João Pedro Fonseca, da agência Lusa, trouxe à tona a escassez de orçamento destinado à literacia mediática, chamando à atenção para a necessidade de "uma aposta política" que ajude a fomentar o espírito crítico na sociedade.

Concluindo o debate, Amanda Seruti reiterou que a literacia mediática é essencial para equipar os cidadãos com as ferramentas necessárias para identificar narrativas desinformativas. "Quando uma informação provoca uma grande emoção nos recetores, é fundamental que estejam alertas", salientou, apontando a importância da responsabilidade individual no consumo de informação.

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