Rendibilidade das Empresas Portuguesas Atinge 9,3% no Primeiro Trimestre de 2025
A rendibilidade das empresas em Portugal desceu 0,2 p.p. para 9,3% no início de 2025, enquanto a autonomia financeira alcançou o nível mais elevado em 18 anos, conforme revelou o Banco de Portugal.

No primeiro trimestre de 2025, a rendibilidade das empresas portuguesas registou uma descida ligeira, fixando-se em 9,3%, uma redução de 0,2 pontos percentuais quando comparado com o ano anterior, segundo as estatísticas divulgadas hoje pelo Banco de Portugal (BdP). Este rácio é calculado através dos resultados operacionais das empresas antes de encargos financeiros e impostos (EBITDA) em relação ao total do ativo.
Apesar do retrocesso, o BdP sublinha que não se observaram "variações significativas" ao longo dos últimos seis trimestres. Analisando por setores, a rendibilidade do ativo diminuiu significativamente em áreas como eletricidade, gás e água (-1,8 p.p.) e nas sedes sociais (-1,5 p.p.), situando-se em 8,6% e 6,8%, respetivamente. Ambas as descidas foram atribuídas, no caso das sedes sociais, a resultados inferiores das subsidiárias, e na eletricidade, gás e água, ao aumento dos custos de produção.
Por outro lado, sectores como os transportes e armazenagem (aumento de 1,4 p.p. para 14,7%) e a construção (crescimento de 1,0 p.p. para 8,7%) registaram os maiores avanços, resultado de um aumento nos resultados brutos. O comércio e os outros serviços também mostraram melhorias, com aumentos de 0,2 p.p. e 0,1 p.p., alcançando rendibilidades de 10,0% e 8,9%, respetivamente.
Globalmente, a rendibilidade das empresas privadas contraiu 0,3 p.p. em termos homólogos, estabelecendo-se em 9,3%, enquanto as empresas públicas viram um aumento de 0,4 p.p., atingindo 7,1%.
No que diz respeito à autonomia financeira, medida pelo capital próprio em relação ao total do ativo, verificou-se uma subida de 1,5 p.p. em comparação com o mesmo período do ano passado, estabelecendo um novo recorde desde 2006. A autonomia financeira do setor privado, que reflete a retenção de resultados, ascendeu a um valor global de 45,8%, com subidas salientes em setores como eletricidade e água (2,3 p.p., para 43,7%) e indústrias (1,7 p.p., para 50,0%).
As pequenas e médias empresas registaram um aumento da sua autonomia financeira de 1,9 p.p., alcançando 46,3%, enquanto as grandes empresas aumentaram 1,1 p.p., atingindo 40,9%. Além disso, observou-se uma diminuição do peso dos financiamentos no total do ativo, que recuou de 27,6% para 26,8% comparativamente ao ano anterior.
Os custos relacionados a financiamentos também diminuíram, apresentando uma taxa de 4,7% em termos homólogos. Por outro lado, a cobertura dos gastos de financiamento, que mede quantas vezes o EBITDA ultrapassa estas despesas, cresceu de 7,1 vezes para 7,2 vezes.