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Síria solicita apoio europeu para enfrentar incêndios devastadores na Latakia

O governo sírio pediu hoje auxílio à União Europeia para combater incêndios florestais que assolam a província de Latakia há seis dias, consumindo vastas áreas florestais.

08/07/2025 21:40
Síria solicita apoio europeu para enfrentar incêndios devastadores na Latakia

As autoridades da Síria apelaram esta terça-feira à União Europeia (UE) em busca de apoio para combater os incêndios florestais que devastam a província costeira de Latakia, onde as chamas se mantêm ativas há seis dias e já destruíram aproximadamente 100 quilómetros quadrados de floresta, de acordo com informações da ONU.

"Solicitamos ajuda à UE para combater os incêndios", afirmou Raed al-Saleh, ministro sírio responsável por Situações de Emergência e Desastres, em declarações à comunicação estatal.

Aviões de combate a incêndios enviados pelo Chipre são esperados para hoje, e já estão no terreno equipas de bombeiros oriundas da Jordânia, Turquia e Líbano, que se uniram aos bombeiros sírios, enfrentando desafios operacionais severos.

Condições climáticas adversas, como temperaturas elevadas, ventos intensos, terrenos montanhosos acentuados e a presença de minas em áreas afetadas, complicam os esforços de contenção das chamas. Segundo al-Saleh, "as condições meteorológicas têm um impacto significativo na propagação dos incêndios".

Durante a noite, os ventos fortes dispersaram as chamas para a aldeia de Ghassaniyeh, onde equipas de resgate, junto com a população local, conseguiram evacuar mulheres e crianças e realizar ações para o controle do incêndio.

Os incêndios consumiram cerca de 100 quilómetros quadrados de floresta e terras agrícolas, o que corresponde a mais de 3% da cobertura florestal da Síria, conforme relatado pelo Gabinete da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

Estima-se que cerca de 5.000 pessoas tenham sido afetadas nestas chamas na região de Latakia, com várias localidades a ser evacuadas, embora não tenham sido reportadas vítimas.

Durante uma recente visita à zona, o ministro do Interior, Anas Khattab, levantou "suspeitas sobre o envolvimento de certos indivíduos" nos incêndios, indicando que a investigação determinará se houve ações deliberadas e que os responsáveis serão punidos.

A Síria, quase sete meses após a destituição do Presidente Bashar al-Assad, continua a ser dramaticamente impactada por mais de uma década de conflito, que devastou a sua economia e infraestrutura.

Neste contexto, as alterações climáticas têm elevado a frequência e a severidade de secas e incêndios no mundo, com a Síria a ser fortemente afectada por ondas de calor e escassez de chuvas. Em junho passado, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) indicou que o país "não enfrentava condições meteorológicas tão adversas há 60 anos".

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