Tara Perdida comemora 30 anos com concertos em Lisboa: "A chave é nunca desistir"
A icónica banda portuguesa celebra três décadas de música com dois concertos em Alvalade, Lisboa, marcado pela resiliência e dedicação ao rock.

A banda Tara Perdida, um símbolo do rock português, comemora os seus 30 anos de existência com dois concertos especiais em Alvalade, Lisboa, agendados para hoje e para sábado. Desde a sua formação em 1995, a paixão pela música tem sido a força motriz dos seus membros.
O guitarrista e vocalista Rui Costa (Ruka) é uma das faces mais reconhecíveis do grupo, tendo estado presente em todas as fases da banda. O caminho dos Tara Perdida começou a 10 de junho de 1995, quando Ruka, João Ribas (vocalista e guitarrista), Vitor Matos (baixo) e Hélio Moreira (bateria) se reuniram para um ensaio inaugural na sua terra natal.
O primeiro concerto aconteceu cinco meses depois, a 17 de novembro, no Grupo Dramático Ramiro José, em Lisboa, um local que na época era frequente por várias bandas emergentes. Ruka recorda a energia vibrante dessa época: "A cena das bandas era muito ativa, éramos todos rebeldes e movidos pelo sonho de tocar".
João Ribas tinha já experiência no mundo da música, e Ruka ficou entusiasmado por tocar com ele. A entrada do guitarrista Tiago Ganso em 1999 foi um marco, pois ele já os acompanhava desde o início. "Havia uma imensidão de jovens a querer criar música em Alvalade, era um calor criativo sem precedentes", lembrou Tiago.
Desde a sua estreia com o álbum 'Tara Perdida' em 1996, os músicos passaram por inúmeras transformações. Ruka afirmou que não tinham noção inicial da composição musical e aprenderam ao longo do tempo, especialmente com a ajuda dos produtores, como Cajó e Mário Barreiros.
Um dos pontos alto da banda foi em 2005, com o álbum 'Lambe Botas', que culminou em um concerto memorável no Incrível Almadense, onde a multidão esgotou a sala e houve até intervenção policial devido à afluência. Ruka e Tiago recordam esses momentos como os melhores da banda, que também assinaram com a Universal e lançaram 'Nada a esconder' em 2008, afirmando-se no cenário musical.
No entanto, a vida da banda sofreu uma reviravolta inesperada em 2014 com o falecimento de João Ribas. Ruka e Tiago relataram que essa perda impactou profundamente a sua música e a forma como encararam as suas carreiras. A decisão de continuar a band foi um ato de amor à arte e à memória do amigo e colega. "A paixão pela música mantém-se viva, e cada espetáculo é uma homenagem ao Ribas", disse Ruka.
A banda definiu-se ao longo dos anos como um grupo que não se encaixa nem no 'mainstream' nem no 'underground', mas que procura apenas tocar para quem os aprecia. "A energia que transmitimos em palco é autêntica, e a mensagem que passamos é de esperança. O truque é nunca desistir e trabalhar arduamente", concluiu Ruka.
Nos concertos de celebração em Alvalade, além de Ruka e Tiago Ganso, estarão também no palco o baterista Pedro Rosário e o baixista Filipe Sousa, com convidados especiais que têm ligações com a banda, como Tim (Xutos & Pontapés) e António Corte-Real (UHF). Com um repertório que inclui antigas e novas canções, os Tara Perdida estão prontos para proporcionar aos seus fãs uma celebração memorável.