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"Última Vigília: Voluntário Dorme Perto do Corpo de Juliana"

Agam Rinjani, alpinista indonésio, mostra humanidade após a tragédia de Juliana Marins, encontrada sem vida no vulcão Rinjani, lamentando não ter podido salvá-la.

há 5 horas
"Última Vigília: Voluntário Dorme Perto do Corpo de Juliana"

Agam Rinjani, um alpinista oriundo da Indonésia, tem emocionado muitos após se envolver nas buscas por Juliana Marins, a jovem brasileira que perdeu a vida durante uma caminhada no vulcão Rinjani. Com tristeza profunda, Rinjani partilhou que se deitou ao lado do corpo da jovem, a fim de proteger a sua memória e impedir que o corpo descesse ainda mais ao longo do penhasco.

“A noite que passei com ela foi difícil e triste. Não consegui descansar. Havia muitas pessoas prontas para ajudar. Estivemos a segurar o corpo dela juntos à beira do precipício. Embora tenhamos feito o melhor que pudemos, não conseguimos salvá-la”, lamentou Rinjani em declarações ao jornal brasileiro Globo.

O alpinista, que decidiu participar das buscas após tomar conhecimento da situação pela internet, refere que ficou impressionado com a mobilização nas redes sociais:

“Vi uma publicação no Instagram e, imediatamente, contatei amigos alpinistas. Todos concordaram em ajudar”, contou.

Rinjani possui vasta experiência na região do Monte Rinjani, onde começou a trabalhar há vários anos. Apesar de já ter presenciado mortes no local, reafirmou que continuará a contribuir para operações de resgate no futuro.

“Já vi duas pessoas não resistirem. Muitos resgates ocorrem. Amanhã estarei de volta”, afirmou.

Nas redes sociais, muitos têm elogiado a coragem e a humanidade de Rinjani, considerando-o um verdadeiro “herói” pelo seu altruísmo em momentos tão difíceis.

“Recebo mensagens no Brasil que me chamam de anjo. Sou grato, mas não consegui salvar Juliana. Não estou contente. Gostaria que ela estivesse viva connosco”, destacou.

No dia em que o corpo de Juliana foi resgatado, a família expressou a sua gratidão a todos os voluntários que ajudaram no processo. “Estamos profundamente agradecidos a todos os que contribuíram para o resgate, numa demonstração de coragem”, escreveram na página dedicada ao caso.

Juliana, de 26 anos, estava a explorar a Ásia e foi vista pela última vez por volta das 17h10 locais de sábado. As autoridades identificaram que a jovem sofreu uma segunda queda, o que dificultou as operações de resgate, que, segundo especialistas, enfrentaram diversos obstáculos, incluindo questões logísticas e climáticas.

Juliana tinha iniciado a sua jornada pela Ásia há alguns meses, tendo passado por vários países antes de chegar à Indonésia no final de fevereiro.

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