Economia

A Arábia Saudita domina as exportações de petróleo: O futuro dos preços em jogo

A Arábia Saudita continua a liderar como exportador de petróleo, com preços a oscilar entre 80 e 100 dólares por barril, enquanto analistas avaliam os riscos no Médio Oriente.

há 4 horas
A Arábia Saudita domina as exportações de petróleo: O futuro dos preços em jogo

O panorama do mercado petrolífero tem assistido a um aumento de preços, impulsionado pela instabilidade no Médio Oriente. É importante esclarecer que a Arábia Saudita se mantém como o maior exportador de petróleo a nível global, embora o Irão também desempenhe um papel significativo devido às suas reservas e capacidade produtiva essenciais para o setor energético mundial.

Não obstante, os Estados Unidos não são o maior exportador, mas destacam-se como o principal produtor de petróleo. Segundo dados do Observatory of Economic Complexity, em 2023, os três principais exportadores de petróleo bruto foram: Arábia Saudita (181 mil milhões de dólares), EUA (125 mil milhões de dólares) e Rússia (122 mil milhões de dólares). Por outro lado, os maiores importadores incluíram a China (319 mil milhões de dólares), os EUA (170 mil milhões de dólares) e a Índia (140 mil milhões de dólares).

Relativamente à evolução dos preços, analistas preveem que os mesmos se mantenham elevados nas próximas semanas, variando entre os 80 e os 100 dólares por barril. Contudo, há um risco significativo de um aumento brusco dos preços, especialmente se a situação no Médio Oriente se deteriorar. Um fator geopolítico crítico é o potencial bloqueio do Estreito de Ormuz, que representa cerca de 20% do petróleo mundial em circulação.

Paulo Monteiro Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, sublinha que o mercado demonstrou uma certa contenção após os recentes ataques a instalações nucleares no Irão. Embora a intervenção dos EUA possa ter impacto, o preço do barril de Brent está relativamente estável em torno dos 78 dólares, o que sugere que os investidores ainda acreditam que o conflito será breve e que haverá uma solução do tipo mudança de regime no Irão.

Entretanto, Gregor Hirt, diretor de investimentos globais da Allianz Global Investors, refere que a estabilidade dos preços dependerá da capacidade dos principais produtores, como a Arábia Saudita, para contrabalançar possíveis interrupções no fornecimento. Embora a Arábia Saudita esteja bem posicionada, a maioria das suas exportações também passa pelo Estreito de Ormuz.

Por outro lado, um esforço coordenado para libertar reservas estratégicas poderia ajudar a mitigar os impactos a curto prazo. A União Europeia possui reservas suficientes para cerca de 90 dias de importações, enquanto os EUA têm para aproximadamente 20 dias, e a China 30 dias.

Importa ainda referir que, na última sessão do mercado de futuros de Londres, o preço do barril de petróleo Brent para entrega em agosto caiu mais de 5% após o anúncio de um cessar-fogo entre Israel e Irão, proposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump, que entraria em vigor às 05:00 de hoje.

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