Adeptos do Boavista enfrentam crise profunda e clamam por um milagre

Os adeptos do Boavista estão a atravessar um momento de elevada preocupação na sequência da falha na inscrição do clube nas competições profissionais. Este acontecimento poderá conduzir a uma descida administrativa para a Liga 3, um verdadeiro pesadelo para os que acompanham o histórico emblema nortenho.

Despromovido à II Liga na temporada 2024/25 após terminar a I Liga na última posição, com apenas 24 pontos, o Boavista via com esperança a possibilidade de regresso ao futebol profissional até quarta-feira, mas não conseguiu cumprir este desígnio, aumentando as temores de queda.

Num café tradicional de Ramalde, Maria de Lurdes, uma fervorosa adepta, partilha a sua tristeza com clientes boavisteiros que, de maneira similar a um jogo de xadrez, tentam encontrar saídas para a situação delicada do clube. “É uma situação muito dolorosa. Sempre acreditei que alguém poderia ajudar, mas parece que essa ajuda não chegou”, lamenta.

Com um camarote no Estádio do Bessa, onde paga as quotas de um filho e do seu falecido marido, Maria de Lurdes sente a mágoa de ver a sua paixão pelo clube ameaçada. “A descida foi dolorosa, mas agora é ainda mais difícil porque não temos as mesmas condições para nos reerguermos”, explica.

Fazendo eco de sentimentos semelhantes, Manuel Aguiar, um dos credores do clube, evidencia o desapontamento com a gestão recente, mas ressalta a boa administração do antigo presidente, Valentim Loureiro. “As feridas abertas agora são mais intensas do que as do passado”, desabafa.

Com uma visão pessimista do futuro, surgiram suposições entre os adeptos sobre a possibilidade de empreendimentos imobiliários na área do Bessa, o que gera ainda mais apreensão. Maria de Lurdes, sempre acreditando em milagres, cita a célebre frase sobre Cristiano Ronaldo e expressa o desejo de que algo possa mudar. “Se tivesse as condições, faria qualquer coisa para salvar o Boavista”, afirma emocionada.