Alemanha Renova o Seu Papel no Palco Internacional, Afirma Chanceler Merz
O chanceler Friedrich Merz declarou no Bundestag que a Alemanha recuperou a sua influência global, destacando o compromisso do país face às crises atuais antes da cimeira da NATO.
No segundo discurso que proferiu desde que assumiu a Chancelaria, Friedrich Merz enfatizou no Bundestag que a Alemanha está novamente a afirmar-se no cenário europeu e internacional, à luz do novo programa de investimentos do governo.
Merz destacou a capacidade do país em enfrentar desafios de forma independente e expressou a intenção de trabalhar incansavelmente para restaurar a força da Alemanha a nível interno e externo, levando essa visão à cimeira da NATO, que se inicia hoje em Haia, bem como ao Conselho Europeu, marcado para quinta-feira em Bruxelas.
No seu discurso, abordou os conflitos em andamento no Médio Oriente e na Ucrânia, instando os cidadãos a não se tornarem insensíveis às "atrocidades da guerra". "Devemos aprender com estes crimes e desafios. Devemos enfrentá-los", disse, referindo-se às guerras como uma "nova realidade".
"Enquanto República Federal da Alemanha, é nossa responsabilidade representar diretamente os nossos interesses neste novo cenário geopolítico e ajudá-lo a moldar da melhor maneira", afirmou, ganhando aplausos de vários deputados presentes.
Merz sublinhou a "nova determinação" da Alemanha, elogiando a unidade demonstrada na recente reunião do G7 no Canadá, onde as sete nações mais industrializadas se mostraram coesas.
Referindo-se à guerra entre Israel e o Irão, que teve início a 13 de junho, o chanceler reiterou o direito de Israel à legítima defesa, afirmando que "a nossa razão de Estado é a defesa da existência do Estado de Israel". Merz advertiu que "o Irão não deve possuir armas nucleares" e atribuiu ao país a responsabilidade pelo ataque do Hamas a 7 de outubro, que deu início ao conflito na Faixa de Gaza.
Sobre a situação da Faixa de Gaza, Merz manifestou a preocupação de Berlim em relação ao panorama geral, pedindo um tratamento humano para a população local e questionando os objetivos de Israel na região.
Relativamente à cimeira da NATO, que classificou como "histórica", Merz comentou os planos para um aumento das despesas de defesa para 5% do PIB. "Não fazemos isto para agradar aos Estados Unidos e ao seu Presidente, mas porque a Rússia está a ameaçar a segurança da região euro-atlântica", sustentou.
"Face a esta situação, a Alemanha tem de assumir a sua responsabilidade, e estamos a fazê-lo", concluiu, afirmando que a Bundeswehr se tornará o "exército convencional mais forte da Europa".