Ataque aéreo a hospital no Sudão resulta em mais de 40 mortos, incluindo crianças
Um ataque a um hospital no Cordofão Ocidental levou à morte de mais de 40 pessoas, incluindo crianças e profissionais de saúde, alerta a OMS. A guerra no Sudão agrava-se com atos de violência cada vez mais brutais.

No passado sábado, um ataque aéreo ao Hospital Al Muglad, situado na região do Cordofão Ocidental, resultou em mais de 40 vidas perdidas, entre as quais se contavam crianças e profissionais de saúde. Esta informação foi divulgada hoje pela Organização Mundial da Saúde (OMS), através do seu diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que expressou a sua indignação em redes sociais.
Embora Ghebreyesus não tenha atribuído responsabilidades específicas ao exército sudanês ou às Forças de Apoio Rápido (RSF), as duas facções em confronto desde o início da guerra no Sudão, fez um apelo claro para que cessem os ataques a instalações e a pessoal de saúde. O ataque ao hospital, uma infraestrutura vital que inclui uma unidade de diálise renal, foi realizado por um drone e ocorreu numa área fortemente controlada pelos paramilitares.
A ONG Advogados de Emergência do Sudão lembrou que o direito internacional proíbe qualquer ataque a instalações médicas e que tal ato é considerado um crime de guerra. Os paramilitares, por sua vez, responsabilizaram o exército sudanês pelo ataque e pediram uma “prestação de contas legal urgente”.
Desde que o exército sudanês reconquistou Cartum no final de março, aumentaram os confrontos no Cordofão e na região do Darfur, bastião das RSF. A guerra, que eclodiu a 15 de abril de 2023, já resultou na morte de dezenas de milhares de pessoas e forçou cerca de 13 milhões a abandonar as suas casas, tornando o Sudão um dos lugares mais atingidos por crises humanitárias no mundo.