Aumento das Tarifas de Aço e Alumínio Promete Elevar Custos nos EUA
Os recentes aumentos nas tarifas sobre aço e alumínio em solo americano poderão intensificar a inflação e a instabilidade do mercado, conforme analisa a Coface.

A Coface, numa análise divulgada esta manhã, destaca que a decisão dos Estados Unidos de dobrar as tarifas sobre o aço e o alumínio — fixando-as em 50% sobre o valor importado — está a provocar grandes perturbações na cadeia de valor da indústria americana.
Os preços internos já registaram subidas acentuadas, com os índices regionais a indicarem aumentos de 20% no aço e 65% no alumínio desde o início deste ano. Apesar disso, a produção de aço nos EUA teve uma queda de 2% nos primeiros quatro meses, refletindo a tendência global.
No que diz respeito ao médio prazo, a seguradora prevê que estas mudanças se reflitam nas margens de lucro das empresas industriais, principalmente no setor automóvel, que enfrentará um impacto duplo devido ao aumento dos custos e à diminuição da competitividade.
A longo prazo, a Coface identifica uma possível vantagem inesperada para o México. As exportações de automóveis mexicanas para os EUA, que cumprem com as normas do acordo USMCA, estarão isentas dessas tarifas. Com isso, a elevada produção nos EUA poderá tornar-se um obstáculo, proporcionando uma vantagem competitiva para as fábricas mexicanas.
A Coface considera que a escalada do protecionismo nos EUA pode ser mais emblemática do que realmente estratégica, com riscos concretos para a indústria americana, especialmente se os efeitos adversos no setor transformador se intensificarem nos próximos meses.
Embora a medida tenha como objetivo proteger a produção interna, surgem questões sobre a sua eficácia económica e o impacto real no emprego industrial. O aumento das tarifas foi anunciado pelo Presidente Donald Trump no final de maio, durante a apresentação de uma parceria estratégica entre a US Steel e a Nippon Steel do Japão, que promete um investimento de 14.000 milhões de dólares nas fábricas norte-americanas ao longo dos próximos 14 meses, com a clara intenção de reduzir a dependência das importações e fortalecer a indústria metalúrgica do país.