Cabo Verde em Trajetória de Crescimento, Mas Precisa Confrontar Desafios
O Banco Mundial elogia o crescimento económico em Cabo Verde, mas alerta para vulnerabilidades persistentes que exigem reformas estruturais e maior inclusão feminina.

O Banco Mundial destacou que Cabo Verde mantém uma "sólida trajetória de recuperação", segundo um relatório de atualização económica publicado esta segunda-feira. No entanto, a instituição avisa que "importantes vulnerabilidades continuam a existir".
O documento prevê um aumento do PIB de 7,3% para 2024, impulsionado por uma robusta atividade turística e por uma recuperação moderada na agricultura. Para este ano, a previsão de crescimento é de 5,9%, conforme já havia sido mencionado no relatório das Perspetivas Económicas Globais a 10 de junho.
Apesar dos avanços significativos na gestão macroeconómica, na redução da dívida e na diminuição da pobreza, o relatório aponta que duração das vulnerabilidades se deve à alta dependência do turismo, à exposição a choques externos e às pressões fiscais relacionadas com as empresas públicas.
Com o título "Desbloquear o Potencial Económico das Mulheres", o relatório explora as projeções de crescimento e enfatiza a importância de reformas estruturais necessárias para melhorar a governança das empresas estatais, promover a participação economicamente ativa das mulheres e diversificar a economia.
A representante residente do Banco Mundial em Cabo Verde, Indira Campos, reiterou a necessidade de "reformas audaciosas" e defendeu a "prudência na criação de novas entidades", assim como a "disciplina orçamental".
Além disso, o relatório recomenda a implementação de políticas que garantam um crescimento inclusivo, sublinhando que, apesar dos progressos nas áreas de educação e saúde, as mulheres em Cabo Verde enfrentam ainda barreiras significativas no mercado de trabalho.
Para potencializar o crescimento económico, o documento indica que a eliminação das desigualdades de género no emprego e nos rendimentos pode levar a um aumento do PIB a longo prazo de até 12,2%.
O relatório também menciona uma queda da inflação para 1% em 2024, o valor mais baixo dos últimos anos, o que contribuiu para a redução da pobreza, que se fixou em 14,4%, tendo como referência a linha de pobreza de 3,65 dólares (3,15 euros) por dia, em paridade do poder de compra de 2017.