Compras de Imóveis por Estrangeiros Caem para Níveis de 2021
No primeiro trimestre de 2023, apenas 5,1% das compras de imóveis em Portugal foram feitas por estrangeiros, o valor mais baixo desde 2021, revela o INE.

Os dados do Índice de Preços da Habitação (IPHab) do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que, de janeiro a março, as transações de habitações por compradores com residência fiscal fora de Portugal corresponderam a 5,1% do total, envolvendo 2.098 imóveis. Deste montante, 2,7% foi atribuído a compradores da União Europeia (UE), enquanto 2,4% disseram respeito a investidores de fora da UE.
Este valor representa o nível mais baixo de atividade no setor desde o segundo trimestre de 2021, conforme sublinha o INE. Em contraste, as aquisições por residentes fiscais em Portugal aumentaram substancialmente, com um crescimento de 26,6% em relação ao ano anterior, totalizando 39.260 transações.
O instituto aponta que se verificaram "dinâmicas distintas" nas compras internacionais: enquanto as aquisições feitas por residentes da UE registaram um aumento de 12,1% em termos homólogos, com um total de 1.109 unidades, as compras realizadas por residentes em "países restantes" caíram em 8,3%, somando 989 transações e representando a quinta diminuição consecutiva.
Em termos globais, o primeiro trimestre de 2023 contou com 41.358 propriedades vendidas, refletindo um crescimento de 25,0% em relação ao mesmo período do ano anterior, apesar de uma queda de 8,5% em cadeia. As transações atingiram um valor total de 9.600 milhões de euros, uma subida notável de 42,9% comparativamente ao ano anterior.
Regionalmente, a área Norte liderou as transações com 12.285 vendas, equivalente a 29,7% do total, com uma leve descida de 0,3 pontos percentuais face ao ano anterior. A Grande Lisboa e a região Centro seguiram, com 8.018 e 6.501 transações, representando 19,4% e 15,7% do total, havendo alterações de +0,3 e -0,6 pontos percentuais, respetivamente.
Em termos de valorização, a Península de Setúbal e a Madeira destacaram-se com os maiores aumentos nas suas quotas relativas, aumentando em 0,6 e 0,4 pontos percentuais, para 9,9% e 2,8% do valor global transacionado. Por outro lado, a Grande Lisboa e o Algarve, que combinados totalizaram 42,4% do volume financeiros, registaram descidas nas suas quotas regionais de -0,7 e -0,3 pontos percentuais, respetivamente.