Conclusão iminente do processo de redução da inflação para 2%
O economista-chefe do BCE, Philip Lane, indicou que a meta de inflação de 2% está quase alcançada, embora persista alguma pressão.

Philip Lane, economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), declarou hoje em uma conferência em Londres que a trajetória para levar a inflação a 2% está "praticamente concluída", apesar de ainda existirem alguns pontos de pressão.
"Embora a inflação global tenha se aproximado da meta desejada, a inflação nos serviços ainda precisa de atenção", observou Lane. Ele acrescentou que os avanços já alcançados são suficientes para considerar que o desafio enfrentado pela política monetária foi quase superado, conforme reportado pela Bloomberg.
Com esta avaliação, o BCE pode postergar possíveis novas quedas nas taxas de juro, que estão atualmente fixadas em 2,0%, após um total de oito cortes desde junho de 2024.
Entretanto, as previsões do BCE encontram-se ameaçadas, especialmente devido aos efeitos das tarifas dos EUA e aos conflitos no Médio Oriente. As negociações entre o governo norte-americano e a União Europeia (UE) devem ser concluídas até 09 de julho.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, mencionou na segunda-feira que, com as taxas nesta faixa, a instituição está bem posicionada para enfrentar a incerteza, reconhecendo que as tensões no Médio Oriente representam um risco significativo, com potencial para perturbar o fornecimento de energia e afetar os preços.
Lane também destacou que a luta contra a inflação evoluiu para um novo conjunto de desafios, onde a proteção do objetivo de médio prazo é crucial, considerando fatores que incluem uma "alta incerteza" sobre o comércio internacional. "Acredito que a volatilidade, em parte, deve-se à dúvida sobre o futuro do sistema comercial global", afirmou, referindo-se a uma possível introdução de barreiras comerciais não tarifárias, um maior entrelaçamento de políticas económicas e de segurança, além de eventuais mudanças na regulamentação para investidores estrangeiros.