Foxconn aloca mais de 2.060 milhões em expansão na Índia e EUA

A Taiwanês Foxconn, gigante da eletrónica, recebeu esta manhã a aprovação das autoridades para dois grandes planos de investimento, totalizando mais de 2.060 milhões de euros, com foco na Índia e nos Estados Unidos. Este movimento faz parte da estratégia da empresa de diversificar as suas operações.

Conforme estipulado pela legislação taiwanesa, todos os investimentos efetuados por empresas do território no estrangeiro devem ser autorizados pelo Ministério dos Assuntos Económicos (MOEA). Até 2024, o MOEA já tinha homologado investimentos externos que somam cerca de 38.667 milhões de euros.

No comunicado emitido hoje, o MOEA confirmou a aprovação de um investimento de 1.489 milhões de dólares (aproximadamente 1.281 milhões de euros) para a sua filial em Singapura. Esta subsidiária planeia utilizar os fundos para estabelecer uma nova fábrica na Índia, destinada à produção de componentes para telemóveis.

Este projeto surge num contexto de reconfiguração da cadeia de fornecimento do iPhone, especialmente face ao aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Segundo o Financial Times, a Índia poderá ser responsável pela produção de mais de 60 milhões de iPhones para o mercado norte-americano até 2026.

Além disso, o ministério deu também apoio a um segundo investimento da Foxconn, no valor de 735 milhões de dólares (632 milhões de euros), destinado à criação da Project ETA, uma empresa concebida para a montagem e produção de servidores e centros de dados modulares nos Estados Unidos.

A aposta na produção de servidores focados em inteligência artificial emergiu como uma das prioridades da Foxconn, que prevê vendas superiores a um bilião de dólares taiwaneses (29.251 milhões de euros) neste setor, representando 50% do seu volume total de negócios nesta área.

Desde a sua fundação em 1974, a Foxconn consolidou-se como o maior fabricante mundial de produtos eletrónicos por contrato, com presença em diversos países, como China, Índia, Japão, Vietname e Estados Unidos.

A empresa, como muitos do setor tecnológico, tem-se beneficiado de um renovado otimismo em relação à inteligência artificial e figura entre os principais fabricantes dos servidores GB200, da empresa americana Nvidia.