Conflito em Gaza: 20 mortos e feridos em explosões de violência
As operações do Exército israelita resultaram em múltiplas fatalidades em Gaza, incluindo civis em busca de ajuda alimentar, num cenário de crescente tensão e escassez.

Pelo menos 20 indivíduos perderam a vida e dezenas ficaram feridos nas operações do Exército israelita na Faixa de Gaza, segundo informações divulgadas hoje pela Defesa Civil local. Entre as vítimas, estavam seis civis que esperavam pela entrega de ajuda alimentar.
Segundo o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Bassal, "seis pessoas foram mortas e 30 feridas devido a disparos israelitas enquanto milhares de civis aguardavam pela distribuição de alimentos" nas proximidades do corredor de Netzarim, na região central de Gaza.
O exército de Israel, quando indagado sobre os eventos, limitou-se a afirmar que estava a monitorizar a situação. Multidões de palestinianos congregam-se todas as noites nesta área, à espera da abertura dos postos de ajuda, com cenas frequentemente caóticas durante as distribuições.
Recentemente, Israel reduziu parcialmente o bloqueio imposto à Faixa de Gaza, que começou no início de março, provocando uma grave crise de alimentação e medicamentos. A Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada por Israel e pelos EUA, gere quatro centros de distribuição na região, incluindo o local do tiroteio.
No entanto, a ONU e várias ONG recusam colaborar com a GHF, questionando a sua neutralidade e os seus métodos de operação. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos caracterizou o uso de alimentos como arma em Gaza como um "crime de guerra", pedindo à força militar israelita que cesse os disparos sobre aqueles que buscam ajuda.
Além disso, Bassal acrescentou que outros 14 palestinianos foram mortos em ataques aéreos israelitas em várias habitações em toda a Faixa de Gaza, com vítimas em Deir al-Balah, Nusseirat e Shujaiya.
As restrições de comunicação na Faixa de Gaza e o acesso limitado ao terreno impossibilitam a verificação independente dos números apresentados pela Defesa Civil.
A atual escalada de violência teve início após um ataque do grupo islamita Hamas a Israel a 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de mais de 1.200 pessoas e no sequestro de cerca de 250 indivíduos.
Desde então, mais de 56.077 palestinianos, a maior parte civis, foram mortos em Gaza, conforme dados do Ministério da Saúde sob controlo do Hamas, considerados fiáveis por fontes da ONU.