Crise política na Tailândia: novo primeiro-ministro assume cargo após turbulência

O rei Maha Vajiralongkorn da Tailândia tomou hoje a decisão de nomear um novo governo, destacando Phumtham Wechayachai como o terceiro primeiro-ministro interino em três dias, numa fase conturbada da política tailandesa.

Phumtham Wechayachai, de 71 anos, assume a liderança, sucedendo Suriya Jungrungreangkit, que ocupou o cargo interinamente após a suspensão da primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra por parte da justiça, a qual teve lugar na terça-feira.

Wechayachai tem um histórico na política tailandesa, sendo um antigo participante do movimento estudantil comunista nos anos 70 e é visto como um fiel aliado de Thaksin Shinawatra, o ex-primeiro-ministro que deixou uma marca significativa na política da Tailândia entre os anos 2000, combinando estilos de governo que vão do liberalismo ao autoritarismo.

A situação de Paetongtarn Shinawatra complicou-se após uma escuta de uma conversa com Hun Sen, antigo primeiro-ministro do Camboja, levantar preocupações sobre a atuação de um alto comandante do exército tailandês durante um conflito fronteiriço. Em consequência, vários senadores conservadores apresentaram uma petição que culminou na suspensão da primeira-ministra até ao término de um processo judicial.

Além disso, o cargo de ministro da Defesa, que Wechayachai ocupava anteriormente, ficará vago no novo governo, numa altura em que as tensões com o Camboja ainda estão presentes.

A aprovação da suspensão da primeira-ministra foi unânime entre os juízes, que decidiram que a mesma ficará fora de funções até que o Tribunal Constitucional tome uma decisão final, o que poderá levar semanas ou até meses.

A antiga primeira-ministra, Paetongtarn, irá agora assumir a posição de ministra da Cultura, permitindo-lhe continuar a sua participação nos assuntos políticos.

Este episódio ocorre poucos dias após o rei ter ratificado uma anterior remodelação no governo, numa altura em que o partido Bhumjaithai deixava a coligação governamental, o que já tinha levantado alertas sobre uma possível moção de censura no Parlamento.

Além das complicações políticas, Paetongtarn enfrenta também investigações da agência anticorrupção da Tailândia, as quais podem culminar na sua destituição.