Estudo revela conexão surpreendente entre a morfologia dos dedos e o condicionamento cardiovascular
Investigação revela que o comprimento dos dedos pode influenciar a resistência cardiovascular, com implicações para a prática desportiva e a triagem de aptidão.

Um recente estudo publicado no American Journal of Human Biology explora uma conexão fascinante entre o tamanho dos dedos e a saúde cardiovascular, revelando que ter o dedo anelar mais longo do que o indicador pode estar associado a uma melhor resistência cardiovascular.
Os investigadores basearam-se na análise de dados provenientes de 22 estudos anteriores, envolvendo mais de cinco mil participantes de 12 países, e concluíram que aqueles com dedos indicadores mais curtos tendem a ter um desempenho superior em desportos de resistência, como corrida, ciclismo, ou em atividades com um forte componente aeróbico, conforme aponta Grant Tomkinson, autor do estudo, ao 'website' Health.
Tomkinson sugere que esta relação pode ser uma ferramenta de triagem acessível e eficaz para avaliar aspectos da aptidão cardiovascular, como a tolerância ao exercício. Entretanto, é importante notar que esta descoberta não é unânime. O professor James Smoliga levanta questões sobre a real aplicabilidade da proporção dos dedos na previsão do desempenho atlético, destacando a necessidade de mais investigações.
O estudo também menciona a influência da testosterona na formação dos dedos e na capacidade cardiovascular. A hormona, que impacta o desenvolvimento de órgãos como o coração e os músculos, pode desempenhar um papel importante na resistência e na forma como o corpo utiliza oxigénio durante o exercício. Michael Fredericson, fisiatra, salienta que esses efeitos podem refletir-se no modo como o sistema endócrino responde a desafios físicos.
Entretanto, apesar das hipóteses interessantes levantadas pelo estudo, Smoliga defende que o treino aeróbico e os hábitos desportivos têm um impacto substancialmente maior na performance atlética do que a morfologia dos dedos. O foco na condição física e na formação adequada continua a ser, portanto, o caminho mais seguro para otimizar a resistência.