Estudo revela que sexo regular pode aliviar desconfortos na menopausa
Uma investigação recente sugere que práticas sexuais frequentes podem atenuar a dor e outros sintomas em mulheres entre os 40 e 79 anos durante a menopausa.
Um estudo recente, publicado na revista Menopause da Menopause Society em 25 de junho, indica que a prática sexual regular pode ser benéfica na redução de dores, irritações e secura vulvar em mulheres na perimenopausa e pós-menopausa.
As dificuldades que muitas mulheres enfrentam na vida sexual durante o envelhecimento incluem a diminuição do desejo e da frequência das relações sexuais. No entanto, a investigação mostrou que a capacidade de experimentar orgasmos e a satisfação sexual não parecem diminuir de forma significativa com a idade.
A redução do estrogénio durante e após a menopausa pode afetar adversamente a qualidade de vida das mulheres, levando à chamada síndrome geniturinária da menopausa (SGM). Este termo, definido em 2014, refere-se a um conjunto de sintomas associados à queda dos níveis hormonais.
O estudo em questão teve a participação de mais de 900 mulheres entre os 40 e os 79 anos, onde se analisou a relação entre a frequência da atividade sexual e os sintomas vulvares associados à menopausa. Os problemas frequentemente reportados incluem comichão, dor, ardor e falta de lubrificação.
A atividade sexual regular foi considerada quando havia envolvimento sexual nos últimos três meses, enquanto a atividade inferior referia-se ao envolvimento no último ano, mas não nos últimos três meses. Os pesquisadores encontraram que a porcentagem de mulheres com atividade sexual regular diminuía com a idade, corroborando a queda nas pontuações relativas ao desejo, excitação e lubrificação sexual.
Apesar de algumas funções sexuais mudarem com a idade, o estudo sugere que mulheres que mantêm uma atividade sexual mais frequente apresentam uma menor incidência de sintomas relacionados com a SGM.
A diretora médica da Menopause Society, Monica Christmas, destaca a necessidade de diagnosticar e tratar a SGM, referindo que apenas 2,9% das participantes estavam sob terapia hormonal. Ela ressalta que a terapia vaginal de pequenas doses de estrogénio é segura e eficaz para aliviar os incómodos que podem desencorajar a atividade sexual. Além disso, aponta que o tratamento deve ser disponível para todas as mulheres com sintomas, independentemente da sua vida sexual. "É essencial normalizar a utilização da terapia de estrogénio de baixa dose como uma solução viável”, conclui Christmas.
A Menopause Society continua comprometida em proporcionar recursos e informações a profissionais de saúde a fim de melhorar o bem-estar feminino durante e após a menopausa.