EUA distantes de um entendimento diplomático com a Rússia
Autoridades russas afirmam que os Estados Unidos não estão preparados para avançar na normalização das suas relações diplomáticas, após o cancelamento de uma reunião prevista entre os dois países.

As autoridades da Rússia manifestaram hoje a sua convicção de que os Estados Unidos não estão prontos para aliviar as restrições impostas às suas missões diplomáticas, numa altura em que as tentativas de normalização das relações entre Moscovo e Washington enfrentam novos obstáculos. O cancelamento de uma reunião bilateral para discutir a normalização das operações diplomáticas foi a gota que transbordou o copo, após anos de conflitos e tensões, especialmente em torno da situação na Ucrânia.
Yuri Ushakov, conselheiro do Presidente Vladimir Putin, comentou em conferência de imprensa: "Apesar de alguns avanços, os Estados Unidos ainda não demonstraram disposição séria para resolver as questões que dificultam o trabalho das nossas missões diplomáticas."
No passado dia 16 de junho, Moscovo confirmou que os EUA tinham anulado o encontro que visava discutir a normalização das embaixadas, que têm enfrentado várias dificuldades, incluindo expulsões de diplomatas. Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, expressou na altura o desejo de que esta pausa nas negociações não se prolongue.
Yuri Ushakov acrescentou que o embaixador russo em Washington, Alexander Darchyev, já tinha regressado a casa após consultas em Moscovo e que está a preparar-se para voltar aos Estados Unidos. Recentemente, duas rondas de negociações foram realizadas na Turquia, mas a dinâmica parece ter desacelerado, lançando dúvidas sobre a possibilidade de um acordo rápido.
O Kremlin reconhece que continuar a lidar com Washington é complicado, citando os "muitos obstáculos" existentes e indicando que é "improvável" que resultados concretos possam ser alcançados num futuro próximo. Além da questão ucraniana, a Rússia e os EUA pretendem negociar também temas mais amplos como as relações económicas, a segurança na Europa e o controlo de armamento.