Expectativas de Crescimento da Economia Portuguesa no 2.º Trimestre

Segundo o barómetro da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), a previsão para o 2.º trimestre de 2023 indica que a economia nacional deverá crescer entre 0,2% e 0,4%, revertendo assim parte da diminuição de 0,5% verificada no trimestre anterior.

Para o ano em curso, espera-se um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) que poderá variar entre 1,4% e 1,7%, impulsionado pela aceleração da procura interna, num cenário onde as exportações portuguesas enfrentam elevada incerteza.

Além disso, o barómetro indica uma expectativa de crescimento no investimento privado, suportado pela implementação dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), alinhando-se com a tendência de crescimento já observada no investimento público.

A taxa de execução dos fundos até final de maio é de 51,3%, sendo que para assegurar a plena utilização até agosto de 2026, será necessário manter o ritmo observado nos primeiros meses deste ano. Este plano representa cerca de 8,3% do PIB anual de Portugal.

O consumo privado também deverá apresentar sinais de recuperação, impulsionado por custos de financiamento mais baixos e um mercado de trabalho que demonstra resiliência.

No entanto, permanecem riscos, como os impactos da política comercial dos Estados Unidos e a instabilidade geopolítica no Médio Oriente, especialmente devido ao conflito crescente entre Israel e Irão, país que possui as segundas maiores reservas mondiais de gás natural e as terceiras de petróleo.

Rafael Alves Rocha, diretor-geral da CIP, enfatizou a necessidade de revitalizar o investimento, alertando que um crescimento dependente apenas do consumo não pode ser sustentável a longo prazo. Defendeu ainda a aceleração da implementação do PRR e do Portugal 2030.