Sistema bancário português regista queda na rendibilidade no início de 2024
A rendibilidade do sistema bancário em Portugal fixou-se em 1,29% no 1.º trimestre, uma descida face a 2023, conforme divulgado pelo Banco de Portugal.

No primeiro trimestre de 2024, a rendibilidade do sistema bancário português alcançou 1,29%, representando uma diminuição de 0,11 pontos percentuais em comparação com o mismo período do ano anterior, segundo informações do Banco de Portugal (BdP).
No seu relatório trimestral, a autoridade reguladora do setor financeiro indicou que a rendibilidade do ativo (ROA) e do capital próprio (ROE) recuaram, com o ROA a situar-se em 1,29% e o ROE em 13,94%, uma redução de 0,11 p.p. e 1,54 p.p., respetivamente.
A descida nestes indicadores deve-se, em grande parte, à diminuição da margem financeira, impulsionada pela queda nas taxas de juro e rendimentos gerados pelos empréstimos a sociedades não financeiras e a particulares. Em contrapartida, a diminuição de provisões e imparidades compensou, ainda que parcialmente, esta tendência negativa.
No que diz respeito ao resultado de exploração, este caiu 0,37 p.p., situando-se em 1,74% em percentagem do ativo médio, um resultado derivado da redução da margem financeira e do aumento do ativo médio.
Entre janeiro e março, o custo do risco de crédito baixou em 0,05 p.p., fixando-se em 0,14%, devido à diminuição das imparidades de crédito, embora tenha havido um ligeiro aumento em relação ao final de 2023.
O rácio de eficiência, que compara os custos com as receitas, subiu 3,5 p.p., alcançando os 42,8%, reflexo de um aumento nos custos operacionais de 2,2 p.p. e uma redução do produto bancário na ordem de 1,4 p.p.
Relativamente à qualidade dos activos, o rácio de crédito malparado bruto ('NPL' - non performing loans) desceu 0,1 pontos percentuais, posicionando-se em 2,3%, numa conjuntura de estabilização dos empréstimos produtivos.
O rácio de malparado entre as empresas reduziu 0,2 pontos, para 4,0%, enquanto o rácio nos créditos à habitação caiu 0,1 pontos para 1,2%. Por outro lado, no crédito ao consumo e outros fins, o rácio subiu 0,1 p.p. para 6,2%.
O ativo total do sistema bancário aumentou 1,6%, com os títulos de dívida a contribuírem significativamente (1,6 p.p.) e os empréstimos a particulares a representar 0,6 p.p., enquanto as disponibilidades em bancos centrais recuaram 1,0 p.p.
A divulgação dos dados sobre a solvabilidade dos bancos está agendada para agosto, após a prorrogação dos prazos de reporte de supervisão no novo quadro regulatório.