Economia

"Angola critica sistema da OPEP e reafirma aposta na autonomia energética"

O ministro angolano dos Recursos Minerais critica os cartéis de petróleo e destaca a necessidade de Angola se focar na valorização dos seus recursos naturais.

há 4 horas
"Angola critica sistema da OPEP e reafirma aposta na autonomia energética"

O ministro angolano dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, manifestou, em Luanda, que a vivência de Angola na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não foi satisfatória, referindo-se ao funcionamento dos cartéis internacionais como altamente problemático.

Segundo Azevedo, "a OPEP é um cartel, independentemente da nossa opinião. Tal como acontece com outros cartéis, opera através de quotas impostas". O ministro frisou que, em vez de Angola se ajustar à quota exigida, era esta que impunha suas condições ao país. Ele alertou que a eventual necessidade de reduzir a produção seria injusta, tendo em conta a pressão que isso representaria para a economia angolana, que continua dependente do petróleo.

Falando durante uma apresentação sobre a indústria de diamantes em Luanda, o ministro denunciou ainda as práticas enganosas comuns nos cartéis, onde afirma que "os países falsificam dados sobre a produção e as reservas". Azevedo opôs-se fortemente à ideia de regular o mercado meramente através da restrição da oferta, tanto no petróleo como nos diamantes. "Não vou por esse caminho. Precisamos de demonstrar o valor intrínseco dos nossos recursos", declarou.

Ele também destacou a diminuição natural da produção de petróleo em Angola, um problema amplificado por falhas na gestão, que o governo se propõe agora a corrigir. "Abdicámos da prospeção, paramos de licitar blocos e não atualizámos o nosso modelo de governação. Estamos a reverter essa situação", afirmou.

Angola anunciou oficialmente a sua saída da OPEP em dezembro de 2023, após 16 anos associada à organização, numa clara manifestação de descontentamento com a quota de 1,11 milhões de barris por dia, que se revelou inferior à produção real do país.

Com a produção em declínio devido ao envelhecimento dos principais campos e à falta de investimentos em novos projetos de exploração, o governo angolano considera que uma maior restrição da produção seria prejudicial para uma economia já vulnerável.

Por outro lado, o ministro sublinhou a importância de Angola em estabelecer parcerias com instituições de renome, como o Massachusetts Institute of Technology (MIT), e reforçou o compromisso do governo em preparar estudantes e instituições locais para competir a nível global. "Quem não deseja trabalhar com os melhores? Estamos capacitando a nossa população para que possa rivalizar com as melhores universidades do mundo", concluiu, reafirmando a determinação angolana em explorar o potencial dos minerais críticos e atrair investimentos norte-americanos. "Não estamos a reagir, estamos a ser proativos", garantiu.

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