Filhos de mulher acusam mãe pela morte da irmã devido a crenças antidrogas
Irmãos denunciam sua mãe por supostamente ter levado à morte da irmã, vítima de cancro, por ter rejeitado tratamentos médicos, expondo a sua luta contra a desinformação.
Gabriel e Sebastian Shemirani, irmãos de Paloma, falecida aos 23 anos devido a um cancro, responsabilizam a mãe, Kate Shemirani, pelas ideias extremas que esta defendeu. Kate, enfermeira de 60 anos, ficou conhecida durante a pandemia por se opor à vacina contra a Covid-19.
Paloma foi diagnosticada com cancro em 2024 e decidiu não seguir os tratamentos de quimioterapia recomendados, falecendo sete meses depois. Os irmãos acreditam que as convicções anti-medicina da mãe desempenharam um papel crucial nesta decisão.
O desvio para crenças alternativas começou em 2012, após Kate ter sido diagnosticada com cancro da mama. Apesar de ter removido o tumor cirurgicamente, ela sempre creditou a sua recuperação às terapias não convencionais que adotou. Amigos de Paloma confirmam que a jovem também abraçou essas ideias.
“A minha irmã morreu devido às crenças e ações da nossa mãe. Não quero que mais ninguém passe pelo que passámos”, disse Gabriel à BBC. Kate, que responsabiliza o sistema de saúde britânico pelo falecimento da filha, não comentou as acusações.
Gabriel e Sebastian decidiram partilhar a sua história na esperança de que a situação alerte outros sobre os perigos da desinformação médica. Eles afirmam que o pai influenciou as ideias conspiratórias em casa, e que a mãe usava essas crenças para controlar os filhos. O irmão gémeo de Paloma revelou que há mensagens que indicam que Kate incentivou a irmã a evitar tratamentos médicos.
Especialistas em oncologia alertam para o crescimento alarmante de teorias anti-ciência. Muitos influenciadores, sem conhecimento adequado, propagam noções vagas sobre a medicina a milhões de seguidores, colocando a saúde pública em risco.