Greve na Mina de Neves-Corvo com Adesão Mínima de Trabalhadores
A greve de quatro dias na mina de Neves-Corvo terminou com uma adesão inferior a 1%, levantando questões sobre a nova rotação de turnos implementada pela empresa.

A greve de quatro dias na mina de Neves-Corvo, situada no distrito de Beja, finalizou este sábado com uma adesão surpreendentemente baixa, confirmada pela empresa Boliden Somincor, concessionária da mina. A adesão registou-se em "0,87%" do total de trabalhadores, abaixo de 1% no total, segundo informações prestadas à agência Lusa.
Os dias de paralisação ocorreram nos dias 16, 17, 20 e 21 de junho, a propósito da implementação de um novo modelo de rotação de turnos. Apesar da baixa adesão, o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), Albino Pereira, tinha anteriormente classificado a adesão como "baixíssima" e destacou o receio entre os trabalhadores em relação à nova administração.
Pereira afirmou que "os trabalhadores têm muito receio desta nova administração, não sabem o que os espera e têm medo de ficar na greve". Contudo, segundo ele, a greve era "justificável". A mudança na rotação de turnos para o modelo 4x4 foi motivo de discórdia, sendo que a estrutura sindical considera que esta decisão viola o acordo em vigor desde 2019.
No comunicado do STIM, sublinha-se que a nova rotação compromete a saúde dos trabalhadores e a sua vida familiar, acusando a empresa de priorizar a produção em detrimento do bem-estar dos empregados. O diretor-geral da Boliden Somincor, Gunnar Nyström, respondeu a estas críticas afirmando que a alteração foi discutida com os trabalhadores e que visa melhorar a segurança e a produção, contradizendo as afirmações do sindicato.
A mina de Neves-Corvo é uma das mais relevantes a nível europeu, produzindo principalmente concentrados de cobre e zinco, e é a maior empregadora na região com cerca de 2.000 colaboradores.