Guterres denuncia falta de ação face a crimes de atrocidade
O secretário-geral da ONU alertou para a "dualidade de critérios" na resposta a evidências de genocídio, lamentando que os civis sejam sempre os mais afectados.

No contexto do 20.º aniversário da “Responsabilidade de Proteger”, que visa salvaguardar populações de genocídio e crimes contra a humanidade, António Guterres expressou profunda preocupação sobre a incapacidade da comunidade internacional em honrar esta promessa.
Durante a sua intervenção na Assembleia Geral da ONU, Guterres referiu que a comemoração ocorre num período de intensos conflitos armados, o mais significativo desde o termo da Segunda Guerra Mundial, caracterizados por uma complexidade crescente.
O secretário-geral observou ainda que frequentemente os alertas para crimes de atrocidade não são levados em consideração e que as alegações de abusos e genocídio, por parte de Estados e grupos não estatais, muitas vezes encontram negação ou indiferença.
“As respostas a estas situações são, em muitas ocasiões, inadequadas, atrasadas ou marcadas pela dualidade de critérios, com os civis a arcar com os custos mais elevados”, concluiu Guterres.