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Irão defende ataque a base dos EUA no Qatar como ação defensiva

O Irão classificou o ataque à base norte-americana como legítima defesa, aclarando que não visava o Qatar. O país busca diálogo para desescalada das tensões.

24/06/2025 12:45
Irão defende ataque a base dos EUA no Qatar como ação defensiva

Na manhã de hoje, o Irão justificou os seus recentes ataques a uma base militar americana situada nas proximidades de Doha, ocorridos na última segunda-feira, como uma medida de legítima defesa contra os Estados Unidos. As autoridades iranianas destacaram que o foco do ataque não era o Qatar, mas sim a necessidade de proteger-se das ações americanas.

Abbas Araqchi, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, comunicou por telefone com o seu homólogo qatari, xeque Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, esclarecendo que a ação militar em Al-Udeid "foi realizada em legítima defesa do Irão", após recentes bombardeios norte-americanos a instalações nucleares iranianas. Araqchi enfatizou que esta operação não deve ser interpretada como uma agressão ao Qatar, um país que considera como aliado e amigo.

Por sua vez, Al-Thani anunciou que o Qatar tomará medidas "diplomáticas e legais" na sequência do ataque iraniano. Durante uma conferência de imprensa com o seu colega libanês em Doha, o primeiro-ministro do Qatar expressou a necessidade de que as partes envolvidas regressem à mesa das negociações para encontrar uma solução pacífica.

Na noite de segunda-feira, o Presidente dos EUA, Donald Trump, declarou um acordo de cessar-fogo com o objetivo de reduzir a escalada de conflitos entre o Irão e Israel. Desde um ataque militar israelita ao Irão em junho, apoiado por Washington, as hostilidades têm vindo a intensificar-se, com ambos os lados a realizarem ataques com drones e mísseis.

Após o anúncio do cessar-fogo, israelitas e iranianos acusaram-se mutuamente de violarem a trégua com novos ataques. Al-Thani, que desempenha o papel de mediador entre Israel e o grupo Hamas, expressou a esperança de que Israel não utilize a trégua com o Irão como pretexto para intensificar os ataques na Faixa de Gaza, onde as hostilidades com o Hamas persistem desde outubro de 2023.

O primeiro-ministro qatari manifestou a intenção de facilitar negociações indiretas entre as partes nos próximos dias, com o intuito de contribuir para a estabilidade na região.

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