Reino Unido reforça sua força nuclear com novos caças F-35
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anuncia a aquisição de 12 caças F-35 com capacidade nuclear, numa ação estratégica para fortalecer a NATO.

O Reino Unido anunciou, na passada terça-feira, um significativo reforço da sua capacidade de dissuasão nuclear, ao decidir adquirir 12 novos aviões de combate F-35, que poderão transportar ogivas nucleares. Esta atualização, parte da estratégia britânica para a NATO, foi revelada pelo primeiro-ministro Keir Starmer, que a descreverá formalmente na cimeira da Aliança Atlântica, a realizar-se em Haia.
Starmer qualificou esta aquisição como “o maior reforço da postura nuclear do Reino Unido numa geração”, destacando que “estas aeronaves F-35 de dupla capacidade conduzirão a Royal Air Force para uma nova era e garantirão a segurança do Reino Unido e dos seus aliados face a ameaças hostis”.
Mark Rutte, secretário-geral da NATO, também elogiou o anúncio, considerando-o como “um forte contributo britânico para a Aliança”. Desde o final da Guerra Fria, a dissuasão nuclear britânica fora exclusivamente assegurada por submarinos da Marinha Real.
Os novos caças F-35A, fabricados pela Lockheed Martin, representam uma evolutiva adição à força aérea britânica, permitindo não apenas o transporte de armas convencionais, mas também de ogivas nucleares. A Força Aérea Britânica já há muito tempo solicitava a aquisição de tais aeronaves.
O primeiro-ministro enfatizou a importância deste investimento na segurança nacional, particularmente em tempos de incerteza. “Numa era de incerteza radical, é imperativo que as nossas forças armadas disponham dos equipamentos necessários”, afirmou.
Além disso, o Reino Unido comprometeu-se a atender a meta da NATO de investir 5% do seu PIB em despesas de defesa. Na sequência da crescente tensão com a Rússia, este compromisso surge em conjunto com um aumento do orçamento de defesa, que deverá atingir 2,5% do PIB até 2027 e 3% após 2029.
O secretário da Defesa britânico, John Healey, alertou para os novos riscos nucleares, com países a diversificarem e modernizarem os seus arsenais. Presentemente, sete membros da NATO, incluindo os EUA, a Alemanha e a Itália, já operam aviões com capacidade para transportar ogivas nucleares, que estarão também ao dispor do Reino Unido.
No início de junho, Londres havia já anunciado planos para a construção de até 12 submarinos de ataque nuclear, junto a seis fábricas de munições, como parte da resposta à crescente ameaça representada, em particular, pela Rússia. Os novos submarinos estarão equipados para a aliança militar AUKUS com os Estados Unidos e a Austrália.
Starmer confirmou ainda que o investimento no programa de ogivas nucleares ascenderá a 15 mil milhões de libras (cerca de 17,7 mil milhões de euros). A cimeira da NATO contará com a presença de todos os 32 membros, além da Ucrânia e países da região Indo-Pacífica, onde se discutirá a nova meta de investimento em defesa.