Kremlin manifesta apoio a possível cessar-fogo entre Irão e Israel

O Kremlin, aliado estratégico do Irão, expressou hoje a sua expectativa de que o cessar-fogo proposto pelos Estados Unidos entre os iranianos e os israelitas seja eficaz e duradouro.

Durante a sua habitual conferência de imprensa telefónica, o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, afirmou: "É isso que a Rússia tem vindo a pedir desde o início do conflito. Estamos felizes com esta proposta e esperamos que seja um cessar-fogo firme."

Peskov destacou que a Rússia sempre defendeu a rejeição "das soluções militares" e que qualquer ataque injustificado, como o que ocorreu contra o Irão, deve ser totalmente evitado.

"Acreditamos que a resolução dos problemas deve ocorrer através de meios políticos e diplomáticos", acrescentou.

Em resposta a questões sobre as críticas dirigidas à Rússia pela percepção de falta de apoio ao Irão durante os bombardeamentos israelitas e norte-americanos, Peskov desmentiu essa ideia: "Muitos tentam criar tensões na nossa parceria com Teerão. A Rússia tem apoiado o Irão, e pretendemos continuar a fortalecer esta relação."

Na segunda-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, descreveu os bombardeamentos no Irão como uma "agressão injustificada" durante um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, no Kremlin.

Após a confirmação de um ataque com mísseis iranianos à base aérea de Al-Udeid, a maior instalação militar norte-americana no Médio Oriente, as Forças Armadas iranianas justificaram a retaliação com os bombardeamentos dos EUA a três instalações nucleares iranianas no fim de semana.

Na noite anterior, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um acordo de cessar-fogo para conter a escalada de confrontos que causaram mais de vinte mortos em Israel e mais de 400 no Irão ao longo dos últimos 12 dias de confrontos, iniciados após um ataque militar israelita ao Irão no dia 13 de junho.

No entanto, o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, afirmou que o Irão já violou o acordo de cessar-fogo, tendo lançado mísseis após a implementação da trégua. Ele instruiu as Forças Armadas israelitas a retomar as operações contra alvos paramilitares e governamentais iranianos.

Enquanto isso, as autoridades iranianas asseguraram que o país permanece "pronto para responder a qualquer agressão", desmentindo as alegações de que teria infringido o cessar-fogo.