Desporto

Lamentações de João Alves pela falta de inscrição do Boavista na Liga

João Alves exprime a sua profunda tristeza pela incapacidade do Boavista de se inscrever nas competições profissionais, considerando que o clube tem potencial para ser grande.

26/06/2025 20:05
Lamentações de João Alves pela falta de inscrição do Boavista na Liga

João Alves, ex-jogador e treinador do Boavista, manifestou hoje a sua profunda tristeza e espanto pela falta de inscrição do clube na Liga para a temporada 2025/26. Para o antigo médio, o Boavista possui todas as condições para voltar a ser um grande emblema do futebol português, sendo incompreensível a situação atual após um passado repleto de conquistas.

Como membro das equipas que conquistaram a Taça de Portugal em 1974/75 e 1975/76, e ainda vice-campeão nacional em 1976, João Alves recorda com nostalgia os tempos áureos do clube, que ficaram marcados pelo campeonato nacional de 2000/01. “É com grande tristeza que vejo esta situação. O Boavista tem todas as condições para ser um clube grande. Não consigo entender o que aconteceu nos últimos anos, especialmente após uma era em que o clube conquistou diversos títulos e era uma das equipas mais temidas”, afirmou em declarações à Lusa.

Após ter sido despromovido à II Liga no final da época 2024/25, o Boavista viu-se na impossibilidade de apresentar as necessárias certidões de não dívida à Autoridade Tributária e à Segurança Social, um requisito fundamental para a inscrição nas competições organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).

A SAD, liderada por Fary Faye, enfrentou dificuldades para aceder a fundos de Gérard Lopez, acionista maioritário, que tentava regularizar a situação financeira do clube com uma transferência de 2,5 milhões de euros. Esta situação poderá levar o Boavista a cair para a Liga 3, organizada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

João Alves, que teve passagens pelo Benfica, Salamanca e Paris Saint-Germain, atribui parte do declínio do Boavista ao moderno funcionamento do futebol, onde muitos clubes deixaram de ser património dos adeptos e sócios para se tornarem meros negócios. “Este é um fenómeno que não afeta apenas o Boavista. Muitas instituições estão a ser utilizadas para interesses económicos. É fundamental refletirmos sobre o que deveria ser o futebol profissional”, sublinha.

O Boavista que João Alves conheceu na década de 70 era financeiramente sólido, com uma liderança dinâmica e destacada, sob Valentim Loureiro, e orientado por José Maria Pedroto, um verdadeiro mestre no futebol, que levou o clube a grandes triunfos. O ex-jogador lembrou ainda a paixão que viveu no Estádio do Bessa, espaço que se transformou numa verdadeira fortaleza para a equipa.

Apesar da atual situação desafiadora, João Alves acredita que o espírito do Boavista sempre foi de luta e resiliência. “O Boavista sempre teve garra e capacidade para superar adversidades. O futuro é incerto, mas é crucial que quem estiver à frente do clube tenha a determinação de recuperá-lo”, conclui.

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