Manifestações no Quénia resultam em trágico aumento de vítimas
Na quarta-feira, protestos em várias cidades do Quénia culminaram em 16 mortes, numa homenagem às vítimas de manifestações anteriores contra uma lei orçamental controversa.

Na passada quarta-feira, o Quénia foi palco de intensos protestos que resultaram na morte de pelo menos 16 pessoas, de acordo com a Amnistia Internacional. Milhares de jovens saíram à rua em homenagem às vítimas de uma onda de manifestações que ocorreu em junho e julho do ano anterior, quando o protesto contra uma lei orçamental controversa culminou na invasão do parlamento a 25 de junho de 2024.
Os tumultos, que começaram como uma manifestação pacífica, rapidamente se deterioraram em violência, com confrontos entre os manifestantes e as forças de segurança, que responderam com gás lacrimogéneo e disparos. As organizações de defesa dos direitos humanos alertam que o total de mortes desde o início destas manifestações já ultrapassa as 60, enquanto dezenas de pessoas permanecem desaparecidas.
Um balanço inicial falava em oito mortes e mais de 400 feridos, com 83 em estado grave, segundo uma coligação de aproximadamente 20 ONG. Os serviços de emergência receberam várias chamadas de feridos a tiro, e os relatos da mídia local indicam que a polícia usou munições reais em várias áreas, incluindo os arredores de Nairobi.
A situação em Nairobi estava marcada por edifícios em chamas, lojas saqueadas e vidro partido, evidenciando os efeitos dos confrontos da noite anterior. O Presidente William Ruto, que chegou ao poder em 2022 prometendo melhorias para os menos favorecidos, desistiu de um projeto de lei orçamental que incluía aumentos de impostos não populares, mas as manifestações persistem, estimuladas pela insatisfação com a corrupção e problemas económicos. Os jovens, em particular, continuam a exigir os empregos prometidos durante a campanha eleitoral.