Urgente: WWF e ONGs propõem neutralidade climática para a UE até 2040
A WWF e outras organizações exigem que a União Europeia alcance a neutralidade climática em 2040, antecipando-se ao objetivo estabelecido para 2050.

Em uma conferência de imprensa virtual, a WWF, juntamente com a CAN Europa e a Carbon Market Watch, enfatizaram a necessidade urgente de a União Europeia (UE) atingir a neutralidade climática até 2040. Este objetivo, anteriormente fixado para 2050, é visto como crucial para enfrentar as alterações climáticas de maneira eficaz.
A Comissão Europeia está prestes a apresentar uma proposta para a alteração da Lei Europeia do Clima, recomendando uma redução de 90% nas emissões líquidas de gases com efeito de estufa até 2040, em comparação com os níveis de 1990. Esta proposta, segundo Michael Sicaud-Clyet, responsável pela política climática na WWF, pode não ser suficiente. Ele adverte que uma meta de 95% ainda não garantirá que a UE cumpra a sua parte na mitigação das alterações climáticas.
Sicaud-Clyet referiu que o Conselho Consultivo Científico Europeu para as Alterações Climáticas também recomenda uma redução de emissões a rondar os 90 a 95% até 2040. Além disso, líderes internacionais, incluindo o secretário-geral da ONU, António Guterres, têm apelado para que os países desenvolvidos, entre os quais se encontra a UE, atinjam essa neutralidade climática.
Sam van den Plas, da Carbon Market Watch, alertou para os riscos associados ao uso de créditos de carbono internacionais, afirmando que esta prática pode comprometer a verdadeira ação climática na Europa. Ele destacou que confiar nesses créditos pode levar a uma compensação ineficaz dos compromissos europeus, permitindo que a poluição persista dentro da UE.
Van den Plas frisou que a aquisição de créditos externos não contribui de forma significativa para a redução global das emissões, perpetuando a dependência de soluções externas em vez de fomentar investimentos em tecnologias limpas na Europa. Esse comportamento, segundo ele, prejudicaria a descarbonização necessária das indústrias europeias e retardaria a transição para uma economia sustentável.
A neutralidade climática abrange não só o dióxido de carbono, mas também outros gases de efeito estufa, como o metano e o óxido nitroso, tornando indispensável uma abordagem holística para a proteção climática.