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Casa Branca sugere extensão do prazo para sobretaxas de importação

A Casa Branca considerou a possibilidade de adiar a aplicação de tarifas sobre as importações de vários países, com a decisão a depender do Presidente Donald Trump.

26/06/2025 20:55
Casa Branca sugere extensão do prazo para sobretaxas de importação

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, revelou hoje que o prazo de 9 de julho para a implementação das sobretaxas de importação dos Estados Unidos poderá ser alargado. Ela enfatizou que a decisão final recai sobre o Presidente Donald Trump.

No início de junho, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, já tinha insinuado a possibilidade de estender a atual moratória sobre as tarifas.

Desde que regressou ao cargo em janeiro, Trump tem promovido tarifas específicas em sectores como o aço e o alumínio, sob a promessa de proteger a produção interna dos EUA.

Em abril, o Presidente anunciou a introdução de tarifas recíprocas, que incidem sobre produtos de outros países com base no défice comercial dos Estados Unidos. Esta medida gerou uma onda de turbulência política e financeira.

Após o anúncio, Trump decidiu suspender as tarifas por um período de 90 dias, permitindo tempo para negociações com diversos países. Esta suspensão aplica-se a todas as tarifas superiores a uma sobretaxa de 10% que foi recentemente estabelecida, considerada pela administração como a norma mínima para as importações, salvo algumas exceções.

“O prazo não é definitivo,” afirmou Karoline Leavitt, acrescentando que “o Presidente pode simplesmente oferecer um acordo a estes países se estes não nos propuserem um até à data limite.” Isto implica que Trump poderá escolher uma tarifa recíproca que considere mais benéfica para os interesses americanos.

Sobre o andamento das negociações, Leavitt destacou que o representante comercial da Casa Branca, Jamieson Greer, está a realizar esforços significativos e já teve “discussões boas e produtivas com muitos parceiros comerciais relevantes.”

Na semana passada, Trump firmou um acordo comercial com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que visa reduzir as tarifas entre os dois países, embora não inclua produtos como o aço, de grande relevância no comércio bilateral.

Recentemente, o governo britânico foi surpreendido quando Trump decidiu aumentar para 50% as tarifas sobre metais, embora tenha clarificado que o Reino Unido se manteria com uma taxa de 25%.

Na quarta-feira, Jerome Powell, presidente da Reserva Federal, afirmou, durante uma audiência no Congresso, que as tarifas de Trump poderão provocar um aumento da inflação nos próximos meses. Apesar do apoio de muitos no banco central para um corte nas taxas, Powell ressaltou a necessidade de monitorar a inflação a curto prazo.

Ele também advertiu que as tarifas podem representar um custo significativo de centenas de milhares de milhões de dólares por ano, o que acabará por ser transferido para o consumidor, indicando que ainda estão a reunir dados para avaliar melhor a situação.

Repreendendo Powell, alguns senadores republicanos argumentaram que as tarifas poderiam ser encaradas apenas como uma elevação pontual de preços, sem gerarem pressão inflacionária já significativa.

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