Moscovo critica NATO por "fabricar ameaças" para justificar aumento militar
A Rússia denunciou a NATO por "criar monstros" como pretexto para elevar os gastos militares. Acusações surgem antes da cimeira em Haia, com Putin enfatizando a militarização da Europa.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, expressou hoje a convicção de que a NATO não atua como um agente de paz e estabilidade, mas sim como um braço de confrontação que visa expandir os gastos militares dos seus membros.
“Se é necessário aprovar 5% de despesas militares, é necessário criar um inimigo. A NATO vê a Rússia como o 'monstro' ideal para esse papel.”, afirmou Peskov durante uma conferência de imprensa em Moscovo.
Peskov ainda criticou a crescente militarização da Europa, considerá-la como um caminho perigoso e descontrolado.
Na véspera, o Presidente russo, Vladimir Putin, acusou a Aliança Atlântica de fomentar uma corrida armamentista global, “espalhando narrativas alarmantes” que retratam a Rússia como uma ameaça à segurança europeia.
Putin anunciou também o desenvolvimento de novas forças de drones que serão integradas no Exército russo e sublinhou a importância da “tríade nuclear”, que inclui aviação estratégica, submarinos atómicos e mísseis intercontinentais.
Face à crescente tensão geopolítica, Putin garantiu que a Rússia continuará a adotar medidas "adequadas" para fortalecer a segurança do país e dos seus aliados. “Iremos avançar com o desenvolvimento das nossas Forças Armadas como um símbolo de uma Rússia soberana e independente”, concluiu o líder russo.
Dentre as tensões, Moscovo tem alertado sobre potenciais bombardeamentos em países da NATO e União Europeia, assim como sobre possíveis ofensivas contra os Estados bálticos desde o início da guerra na Ucrânia em 2022.