Tensão na NATO: a polémica entre Trump e Espanha
A recusa de Espanha em aumentar os gastos com defesa levanta críticas de Donald Trump, que a considera um “problema” para a Aliança, desencadeando tensões antes da cimeira em Haia.

A cimeira da NATO, que decorreu em Haia, evidenciou um desacordo significativo entre os seus 32 membros, especialmente entre os Estados Unidos e Espanha. O presidente Donald Trump não hesitou em caracterizar a situação como uma “injustiça”, sublinhando a necessidade de que cada país contribua com 5% do Produto Interno Bruto (PIB) para a defesa.
Enquanto o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, defende esta meta ambiciosa, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, argumenta que o país já conseguiu uma isenção desse compromisso. Esta discrepância tem gerado críticas acentuadas da parte de Trump, que critica a recusa espanhola de atingir os 5%, destacando que isso representa um “problema” para a Aliança.
O compromisso exigido de 5% do PIB seria distribuído entre 3,5% para investimentos militares e 1,5% para infraestruturas. No entanto, a abordagem de Espanha tem sido diversa, com o governo espanhol a insistir na necessidade de flexibilidade e em valores que considere mais adequados à realidade nacional.
No desenrolar da cimeira, Sánchez alegou ter alcançado um acordo que oferece maior flexibilidade aos Estados-membros na definição das suas metas de gastos em defesa. Contudo, Rutte contradisse esta posição, reiterando que todos os aliados devem manter o compromisso de 5% do PIB na defesa.
Trump, ainda antes de viajar para a cimeira, deixou claro que a situação atual é insatisfatória e que os aliados devem fazer as suas contribuições em igualdade. Durante o evento, expressou confiança na capacidade dos líderes para chegar a um acordo, embora a tensão em torno do investimento espanhol persista.
A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, comentou a situação, afirmando que é natural haver divergências entre diferentes democracias, mas a composição da Aliança se mantém forte e capaz de encontrar soluções. A cimeira, que se concentrou na segurança europeia numa conjuntura geopolítica instável, viu Portugal representado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro e outros altos dirigentes.