Vaga de calor extrema afeta a costa leste dos EUA, com temperaturas elevadas

Na passada segunda-feira, a costa leste dos Estados Unidos foi confrontada com uma onda de calor classificada como “extremamente perigosa”. Em Nova Iorque, as temperaturas deverão escalar até perto dos 40 graus Celsius, criando condições alarmantes para a população local.

Eric Adams, presidente da Câmara Municipal de Nova Iorque, alertou que este fenómeno vai para além do desconforto, destacando que "sem a devida precaução, o calor poderá ser letal". Ele recordou que todos os anos, mais de 500 pessoas perdem a vida devido às altas temperaturas na cidade que abriga mais de 8 milhões de habitantes.

Esta é a primeira vaga significativa de calor do ano, que teve início no último fim de semana e atingiu o seu ápice nas grandes áreas urbanas de Washington, Baltimore, Filadélfia e, claro, Nova Iorque.

As autoridades instaram, especialmente, os idosos e aqueles com problemas respiratórios a tomarem medidas de precaução. É aconselhado que as pessoas se mantenham hidratadas ou procurem "centros de arrefecimento", como bibliotecas, que estão a funcionar para ajudar a população a lidar com as altas temperaturas.

O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos (NWS) sublinhou a gravidade da situação, descrevendo a onda de calor como "extremamente perigosa para qualquer um que não tenha acesso a ar condicionado ou hidratação". O calor excessivo é, de fato, a principal causa de falecimentos relacionados com o clima no país.

“Uma área de alta pressão está posicionada sobre a região leste dos EUA e continuará a influenciar este calor intenso ao longo da semana. As condições perigosas de calor se estenderão do Centro-Oeste até à costa Atlântica, representando um risco pouco comum, com mínimas que não oferecem alívio durante a noite”, advertiu o NWS.

Em Nova Iorque, a onda de calor coincide com as primárias do Partido Democrata que se realizam na terça-feira, onde os eleitores terão de escolher entre Andrew Cuomo, ex-governador do Estado, e a nova figura de destaque da esquerda, Zohran Mamdani. Em declarações à imprensa, Cuomo incentivou os cidadãos a votarem, mesmo diante de temperaturas extremamente elevadas.

A Câmara Municipal de Washington também informou os residentes sobre a disponibilidade de locais com ar condicionado para um merecido descanso do calor.

Estudos científicos apontam que as ondas de calor mais frequentes são um reflexo das mudanças climáticas e que se espera que a sua intensidade, duração e frequência aumentem com o passar do tempo.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial, 2024 foi o ano mais quente já registado nos EUA (excluindo Alasca e Havai), ultrapassando o limite de aquecimento de 1,5°C estipulado pelo Acordo Climático de Paris.