"A Intensificação da Tensão na Europa diante do Reaproximar EUA-Rússia"
A Europa enfrenta uma crescente beligerância, com críticas de um diplomata russo sobre as políticas ocidentais, enquanto a NATO reforça compromissos de defesa no contexto da instabilidade global.

Alexander Grushko, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, manifestou preocupações a respeito da crescente tensão no Ocidente, afirmando que a Europa está a adotar uma postura cada vez mais beligerante em resposta a um possível diálogo mais construtivo entre a Rússia e os Estados Unidos. Estas declarações foram feitas durante a Conferência Anual de Análise da Segurança da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), em Viena, conforme reportado pela agência russa TASS.
Grushko enfatizou que as políticas hostis e a militarização em curso no Ocidente representam uma "mistura explosiva", susceptível de detonar a qualquer momento. “Estamos a vigiar atentamente estas operações e a tomar todas as medidas necessárias para assegurar os nossos legítimos interesses de segurança”, destacou o diplomata russo.
Ao analisar a situação, Grushko afirmou que a Ucrânia está a ser utilizada pelo Ocidente como um instrumento para conter a Rússia, condenando a ausência de uma estratégia que promova a paz no país. “A utilização da Ucrânia como um bem dispensável para conter a Rússia não poderá conduzir à estabilidade desejada”, sublinhou.
Além disso, o vice-ministro russo manifestou que existe uma "terrível" ameaça pairando sobre a Europa com a possibilidade de uma relação mais amistosa entre Moscovo e Washington. “Praticamente todas as capitais europeias estão alarmadas e a aumentar a beligerância, especialmente em relação à questão ucraniana”, acrescentou.
Grushko apelou à importância de relações normais entre potências nucleares, que são fundamentais para a paz e a segurança na Europa, e insisti que estas relações são essenciais para a sustentabilidade do continente num mundo multipolar.
Entretanto, na cimeira da NATO, que decorreu em Haia por ocasião de um compromisso de defesa entre 32 países, foram discutidas as respostas necessárias face à instabilidade geopolítica global, a qual permanece acentuada pela guerra em curso na Ucrânia e por crescentes tensões no Médio Oriente.
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, enfatizou o compromisso de Portugal de aumentar os investimentos na defesa, prevendo um aumento de mil milhões de euros até 2025. Com um foco em recursos humanos e infraestruturas, Montenegro manifestou a intenção de que Portugal atinja os 2% do PIB para defesa, com uma evolução gradual para os 3,5% até 2035.
Os aliados da NATO sairão de Haia com uma revisão intercalar agendada para 2029, coincidindo com a terminação do segundo mandato presidencial de Donald Trump, podendo levar a alterações na política dos EUA.