"A Música Sem Fronteiras de Lina: Um Fado Renovado"

A fadista Lina, reconhecida pelo seu trabalho anterior 'Fado de Camões', está de volta com um novo álbum intitulado 'Terra Mãe'. Em parceria com Jules Maxwell, compositor e teclista dos Dead Can Dance, Lina assegura que este não é um disco de fado no sentido estrito, mas uma fusão de diversas influências.

No início de junho, a artista lançou o single 'Arde Sem Se Ver', que já faz parte deste novo projeto, agora disponível desde 27 de junho pela Atlantic Curve - Schubert Music Europe. O álbum, que inclui faixas como 'Não Deixei de Ser Quem Sou', 'Milagres' e 'Réquiem', será apresentado em várias lojas FNAC na Grande Lisboa.

Durante uma conversa, Lina enfatizou que o que procura é reconhecimento, sublinhando que os artistas são frequentemente valorizados primeiro no estrangeiro. Ela também partilhou a ideia de criar residências artísticas, onde músicos poderiam colaborar e criar novas obras, um desejo que reflete a sua visão de um fado mais integrado e diversificado.

No seu novo trabalho, destaca-se a abertura com 'Arde Sem Se Ver', uma adaptação de um poema de Camões, que ganhou uma nova vida através da colaboração com Amélia Muge. A canção, que inicialmente se chamava 'Follow the Dove', ilustra a complexidade das emoções, demonstrando que a música deve ser uma expressão livre, sem limitações de etiquetas.

Além de 'Terra Mãe', Linn discutiu a evolução do fado, reconhecendo que trouxe novas sonoridades ao género, especialmente com a sua colaboração com Raül Refree em 2020. Ela acredita que a tradição é essencial, mas a inovação é igualmente vital para a sobrevivência do fado.

A fadista expressou a sua admiração pela música tradicional, tanto portuguesa como irlandesa, e reforçou que a sua obra reflete as suas raízes e sentimentos. O projeto 'Terra Mãe' é, assim, uma viagem por origens e ânimo, num cruzamento de culturas que oferece uma nova perspetiva sobre a música.