"A Necessidade de Diálogo Frente à Falência das Superpotências"
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa destaca a importância da diplomacia na mediação do conflito entre Israel e Irão, apontando a falha dos EUA em manter a paz.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu, esta terça-feira, a importância do "diálogo" para resolver os confrontos entre Israel e o Irão, sublinhando que os Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, falharam em sua função mediadora.
“Embora haja incertezas, o que realmente importa na política é o tempo. Nos últimos dias, assistimos a uma tumultuosa aceleração dos acontecimentos. Todos desejamos a paz e, para que esta se concretize, é essencial que se estabeleça um cessar-fogo”, afirmou o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas a partir de Moçambique.
Após a anunciada trégua, Marcelo esboçou preocupações com a eficácia do acordo, uma vez que surgem notícias de violações. “Isso demonstra que já não há superpotência que se mostre efetivamente como tal. É imperativo haver diálogo e multilateralismo, que as partes envolvidas se escutem mutuamente”, reforçou.
O Presidente criticou a dinâmica das promessas feitas por uma superpotência que, em menos de 24 horas, se vê na posição de reconhecer falhas na implementação do cessar-fogo. “Se aqueles que deveriam instaurar a paz falham, a única solução viável é que os envolvidos no conflito dialoguem. Sem isso, o cenário global torna-se caótico, com promessas contraditórias”, disse.
Recorde-se que Israel e Irão aceitaram um plano de cessar-fogo proposto por Trump, na esperança de encerrar um conflito que dura há 12 dias e que teve início após ataques israelitas a alvos iranianos, levando a um catastrófico ciclo de retaliações. As duas nações têm trocado acusações sobre a violação da trégua.
Internamente, o conflito já gerou centenas de mortes e lesões, tendo sido agravado por bombardeamentos americanos a instalações nucleares iranianas, como o complexo de Fordo, a cerca de 100 quilómetros de Teerão.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou hoje para que tanto Israel como Irão "respeitem integralmente" o cessar-fogo anunciado por Donald Trump.