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Algas podem conter metais tóxicos: Investigação destaca riscos à saúde

Um estudo da Universidade de Coimbra revela a presença de metais tóxicos, incluindo arsénio e iodo, em algas que pode representar um risco para a saúde. Consumo consciente é recomendado.

20/06/2025 16:55
Algas podem conter metais tóxicos: Investigação destaca riscos à saúde

Um estudo realizado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em colaboração com a Universidade de Aveiro, analisou 113 amostras de algas selvagens e 18 produtos disponíveis em supermercados em Portugal e Espanha. A pesquisa encontrou níveis preocupantes de metais tóxicos, como arsénio, bem como iodo, que podem comprometer a saúde humana.

A investigadora Elsa Teresa Rodrigues, do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, explicou que o estudo emergiu em resposta ao aumento do consumo de macroalgas e halófitas, que são conhecidas pela sua capacidade de absorver metais tóxicos do ambiente. "Esses organismos possuem mecanismos celulares que favorecem a captação desses contaminantes", afirmou.

A equipa de investigadores recolheu amostras de macroalgas e halófitas por todo o território nacional, incluindo Madeira e Açores, para avaliar a concentração de metais nocivos, como cádmio, chumbo e mercúrio, além de arsénio e iodo. Os resultados indicaram que as macroalgas castanhas, frequentemente utilizadas na culinária japonesa, como a kombu e a wakame, apresentam as maiores concentrações destes elementos químicos.

A investigadora destacou que "a exposição a essas algas, especialmente as castanhas, pode representar um risco significativo". De acordo com o estudo, após as macroalgas castanhas, as algas vermelhas e verdes também apresentaram riscos, enquanto as halófitas parecem ser seguras, desde que não cultivadas em áreas contaminadas, como rias e estuários.

Elsa Teresa Rodrigues propõe que a Comissão Europeia estabeleça limites máximos para os níveis de metais tóxicos, arsénio e iodo nas algas destinadas ao consumo humano, assim como medidas de controlo rigorosas.

A investigadora aconselha uma abordagem cautelosa no consumo de algas, sugerindo que as pessoas evitem ingeri-las de forma excessiva e frequente. "Assim como não consumiria peixes de grandes dimensões diariamente devido ao risco de mercúrio, é prudente adotar a mesma cautela em relação às algas", comentou.

Por fim, a investigadora enfatizou a necessidade de um estudo mais aprofundado sobre a frequência e a quantidade de algas consumidas pela população portuguesa, para compreender melhor o impacto do seu consumo.

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