Alianças Fortalecidas na Cimeira da NATO com Meta Ambiciosa de 5% do PIB
Na cimeira da NATO, os aliados concordaram em atingir 5% do PIB em gastos militares até 2035, uma exigência de Donald Trump que considerou uma vitória significativa.

A cimeira da NATO, que teve lugar em Haia e terminou hoje, viu os 32 aliados concordarem em estabelecer uma meta de investimento militar que alcança os 5% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2035, uma exigência expressa pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, que se considerou vencedor nesta negociação.
Durante estas assembleias, que ocorreram ao longo de dois dias, a memória do confronto de Trump na cimeira de Bruxelas em 2018, quando ameaçou retirar os EUA da NATO se os países não aumentassem o seu investimento em defesa, ainda ressoava. Assim, os líderes presentes buscaram manter a aliança com o presidente americano.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, que na cimeira de 2018 desempenhou um papel crucial ao acalmar Trump, fez todo o possível para agradar ao líder norte-americano em Haia. O plano delineado contempla a alocação de 3,5% do PIB para despesas de defesa e 1,5% para investimentos em infraestrutura e setores industriais.
No início da reuniões, Rutte alertou os participantes sobre a necessidade de não se preocuparem excessivamente com os Estados Unidos e de investirem mais em defesa, numa clara tentativa de satisfazer as exigências de Trump. Aquele primeiro-ministro já havia antes defendido a atuação dos EUA em relação a bombardeamentos no Irão.
Antes de chegar a Haia, Trump hesitou em reafirmar o compromisso com o artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte. No entanto, durante o voo no Air Force One, fez questão de divulgar uma mensagem de Rutte onde este elogiava os esforços militares dos EUA e a sua liderança, atribuindo a Trump os “méritos” pela nova meta estabelecida.
Em contraponto, Espanha expressou críticas à meta dos 5%, considerando-a "irracional". O primeiro-ministro Pedro Sánchez manteve que um investimento de 2,1% do PIB é "suficiente e realista" para o seu país. Trump, no entanto, ameaçou imposições comerciais sobre Espanha, que é parte da União Europeia.
O conflito na Ucrânia foi um tema de discussão, mas passou para segundo plano devido à tensão no Médio Oriente. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, continua a solicitar apoio aos aliados, enquanto Rutte reafirmou que a adesão da Ucrânia à NATO segue um caminho irreversível.
Por sua vez, o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, comprometeu-se a elevar os gastos de Portugal na defesa para 2% do PIB até 2025, prevendo um reforço de mil milhões de euros. Montenegro destacou um crescimento gradual para que Portugal esteja em posição de alcançar a meta dos 3,5% até 2035.
Ao término da cimeira, ficou agendada uma revisão intercalar das políticas da NATO para 2029, data coincidente com o final do mandato presidencial de Trump e a possível mudança na Casa Branca.