Política

André Ventura disposto a colaborar na redução de impostos e critica PS por "negociações indignas"

O líder do Chega manifestou-se aberto a trabalhar com o Governo na diminuição do IRS e IRC, enquanto censura José Luís Carneiro por priorizar cargos públicos em vez de soluções políticas.

20/06/2025 14:10
André Ventura disposto a colaborar na redução de impostos e critica PS por "negociações indignas"

André Ventura, presidente do Chega, esteve em conferência de imprensa na Assembleia da República, antes de uma reunião do Grupo Parlamentar do seu partido, onde foi questionado sobre a escolha do novo provedor de Justiça e juízes para o Tribunal Constitucional, cargos que exigem uma maioria qualificada de dois terços entre os 230 deputados.

Ventura começou por menosprezar a questão, revelando que até agora nada foi feito nesse sentido, e comentou uma reportagem do semanário "Expresso", que informa a intenção de José Luís Carneiro de estabelecer um acordo alargado com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, em relação a cargos estatais.

"Desconheço quais serão os próximos passos do primeiro-ministro. Até agora, não perdi tempo com isso, mas isto ilustra bem a verdadeira essência do PS. Fico perplexo com um líder [José Luís Carneiro] que ainda nem foi eleito, e cuja preocupação não são as medidas políticas ou o Orçamento do Estado, mas sim cargos no Estado. Pergunto-me como é que os partidos conseguem descer a um patamar tão baixo, ainda mais ao defraudar a imagem que têm perante os cidadãos", comentou.

O dirigente do Chega afirmou que o partido "estará à altura da responsabilidade", tendo em conta a sua representatividade, mas afirmou ainda que não fez quaisquer contactos motivados por essa questão.

"Até hoje, sem qualquer distração, não fiz um único telefonema a pensar nisso, e não estou em conversas sobre isso. O Governo sabe que pode contactar-nos quando quiser, mas não vamos fazer pressão a fim de conseguir acordos sobre cargos no Estado. Isso deixamos para o PS e o PSD, que já são experientes nesse tipo de manobras", afirmou Ventura.

Quando questionado se o Chega se afastaria do processo, André Ventura esclareceu que essa não é a intenção, apesar de reiterar que não fará "pressão nenhuma" sobre o assunto.

"Se o PSD optar por respeitar a lei, estaremos aqui para garantir seu cumprimento e assumir a nossa responsabilidade. Mas não pretendo imitar José Luís Carneiro, que se dedica a 'pedinchar'", disse.

Sobre a proposta do Governo para baixar o IRS este ano, Ventura comentou: "Se o Governo apresentar uma redução no IRC e uma diminuição ou desagravamento dos escalões do IRS, sabe que pode contar com o nosso apoio", enfatizou.

Referindo-se a suspeitas sobre Manuel Matias, pai da deputada Rita Matias, e a sua ligação a um grupo neonazi desmantelado, Ventura desvalorizou a situação.

"Até onde eu sei, Manuel Matias está num grupo de Facebook ou Telegram, onde também estava esse grupo [de extrema-direita]. Até agora, não tenho conhecimento de qualquer envolvimento dele com esse grupo - da qual, aliás, o Chega não tinha conhecimento", defendeu.

Para marcar uma posição contra práticas antidemocráticas, André Ventura declarou: "A transformação do país dá-se através do voto. Estamos a conquistar o país pela via democrática, não por outros meios".

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