Carneiro defende que investimento na Defesa pode impulsionar a economia
O candidato à liderança do PS, José Luís Carneiro, sublinha a importância do investimento na defesa para fomentar a economia e promover a coesão territorial.

José Luís Carneiro, candidato a secretário-geral do PS, alertou hoje que o aumento do investimento na Defesa deve ter um papel crucial no fortalecimento da economia e na coesão territorial do país. Durante uma sessão de apresentação da sua candidatura em Évora, Carneiro afirmou que "o investimento que for feito na área da Defesa deve contribuir para o desenvolvimento da economia e para a coesão territorial".
Em resposta a perguntas dos jornalistas sobre os compromissos de investimento na Defesa discutidos na cimeira da NATO, o candidato expressou a expectativa de um contacto do primeiro-ministro, Luís Montenegro, após uma reunião preliminar sobre o assunto.
Na reunião da semana passada, Carneiro revelou que o primeiro-ministro manifestou a intenção de defender um investimento de 2% do PIB para o Pilar Europeu de Defesa e que intentava voltar a reunir-se com os partidos após a cimeira.
"Deveríamos tirar partido desta decisão política da União Europeia para impulsionar a modernização tecnológica da nossa economia, diversificando a base produtiva e atraindo recursos humanos qualificados para estes setores", destacou.
O candidato insistiu que o aumento do investimento na Defesa deve ser orientado para captar benefícios concretos para o desenvolvimento e modernização de diferentes áreas, não se limitando ao Estado, mas também englobando o sistema científico nacional e as PME, que desempenham um papel fundamental na criação de emprego e na coesão territorial.
Durante a sua intervenção com militares socialistas em Évora, Carneiro reiterou que o PS apoia o reforço na Defesa, mas sob certas condições. "É preciso dialogar para verificarmos se esta é uma oportunidade que o país saberá aproveitar ou se se trata de uma oportunidade perdida de modernização da economia e da sociedade", afirmou.
O candidato frisou que se o investimento atingir os 2% do PIB em 2025, tal significará um acréscimo de entre 1,5 e 1,8 mil milhões de euros. "Esse esforço financeiro deve resultar em desenvolvimento económico e coesão social, diversificando e inovando as estruturas produtivas e, ao mesmo tempo, absorvendo os recursos humanos mais qualificados", completou.
Luís Montenegro, primeiro-ministro português, comprometeu-se a atingir a meta dos 2% do PIB em Defesa até ao final deste ano, o que exigirá um aumento de investimento de cerca de mil milhões de euros, conforme os cálculos do Governo. O primeiro-ministro reconheceu que este objetivo é ambicioso, mas garantiu o empenho do executivo e um diálogo com a oposição para estabelecer metas a longo prazo.
Além desta meta, a cimeira da NATO, que decorreu em Haia, estabeleceu que os aliados devem aos poucos investir 5% do PIB em despesas relacionadas com Defesa, sendo 3,5% em gastos militares tradicionais e 1,5% adicionais em infraestruturas e indústria até 2035, com uma avaliação em 2029.