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Contradições nos Memorandos de Paz: Putin Aponta Caminho a Seguir

Vladimir Putin criticou a falta de consenso entre as propostas de paz de Moscovo e Kyiv, destacando a necessidade de um entendimento comum. Ele também comentou sobre as suas relações com os EUA.

há 3 horas
Contradições nos Memorandos de Paz: Putin Aponta Caminho a Seguir

O presidente russo, Vladimir Putin, abordou esta sexta-feira a situação do conflito na Europa de Leste, realçando que as propostas de paz apresentadas tanto por Moscovo como por Kyiv seguem direcções opostas, descrevendo-as como "absolutamente contraditórias".

No âmbito deste processo, os líderes envolvidos trocaram memorandos que expõem as suas posições sobre como encerrar o conflito que se arrasta há mais de três anos. As negociações de paz ocorreram em Istambul, na Turquia, nos dias 16 de maio e 2 de junho. Putin revelou que os representantes de ambas as partes estão em "contacto permanente" para definir um local e uma data para uma terceira ronda de negociações.

"Relativamente aos memorandos, como já era esperado, não houve surpresas... São dois documentos totalmente contraditórios", afirmou Putin numa conferência de imprensa em Minsk, Bielorrússia, um aliado próximo da Rússia. O presidente acrescentou que é precisamente por causa destes desacordos que as negociações continuam a ser necessárias, "com o intuito de encontrar um caminho comum".

Neste contexto, a Ucrânia mantém uma posição firme, exigindo a retirada das tropas russas das cinco regiões que estão sob ocupação, enquanto a Rússia insiste na renúncia por parte de Kyiv à adesão à NATO e no reconhecimento do seu controlo sobre esses territórios, exigências que a Ucrânia considera inaceitáveis.

Apenas trocas de prisioneiros e restos mortais de combatentes têm ocorrido nas últimas semanas. "Concordámos em continuar os nossos contactos após a devolução dos corpos dos nossos militares falecidos", disse Putin. "Assim que esta fase estiver concluída, organizaremos uma nova série de negociações, com Istambul como potencial local para o encontro", acrescentou.

O líder russo lembrou que a Rússia já devolveu mais de 6.000 corpos à Ucrânia e está disposta a entregar cerca de 3.000 adicionais. "Agora cabe à parte ucraniana aceitar os corpos dos seus soldados falecidos", afirmou.

Ainda durante a sua intervenção, Putin reconheceu que o aumento dos gastos com defesa, que este ano representa "6,3% do Produto Interno Bruto (PIB)", está a contribuir para a inflação na Rússia, que se mantêm próximo dos 10%. "Este nível de gastos militares é significativo", admitiu, sublinhando que "pagámos isso com a inflação, mas estamos a lutar contra o aumento dos preços".

Por último, o presidente russo manifestou um "profundo respeito" pelo presidente norte-americano, Donald Trump, considerando-o "corajoso" e elogiando o seu interesse em resolver o conflito na Ucrânia. "Graças ao presidente Trump, as relações entre a Rússia e os EUA estão a equilibrar-se em algumas áreas. Embora ainda haja questões diplomáticas por resolver, os primeiros passos foram dados", concluiu.

A ofensiva militar da Rússia na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro de 2022, conduziu à crise de segurança mais grave enfrentada pela Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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