EUA criticam Hong Kong por limitar festividades do Dia da Independência
As autoridades americanas denunciam a repressão das celebrações do 4 de Julho em Hong Kong, após relatos de pressão sobre escolas e alunos.

Na passada terça-feira, o consulado dos Estados Unidos em Hong Kong fez um forte pronunciamento sobre a "repressão" das celebrações do Dia da Independência, expressando preocupação com a interferência do governo local nas atividades promovidas pela missão diplomática. A mensagem, veiculada pela agência Associated Press, destaca que, em todo o mundo, as embaixadas e consulados dos EUA organizam anualmente festivaidades em homenagem ao 4 de Julho.
O consulado afirmou: "Condenamos a repressão imposta pelo Executivo de Hong Kong às comemorações do Dia da Independência". Além disso, a entidade sugeriu que as tentativas do governo para rotular estas atividades como 'ilegais' refletem “insegurança e medo da liberdade”.
A crítica surgiu após a página "Edu Lancet" no Facebook reportar que o Gabinete de Educação de Hong Kong enviou "lembretes amigáveis" a várias instituições de ensino, sugerindo que os professores evitassem participar nas atividades patrocinadas pelo consulado e alertando sobre potenciais violações da lei de segurança nacional. A mensagem também indicava que as escolas deveriam desencorajar a participação dos alunos nas festividades.
A Associated Press não conseguiu confirmar de maneira independente esses relatos. O jornal local South China Morning Post também noticiou que as autoridades educativas relembraram as escolas sobre a necessidade de vigilância quanto a quaisquer atividades que promovam o Dia da Independência dentro das instituições.
Em resposta às perguntas da mídia, o Gabinete da Educação de Hong Kong demonstrou estar a implementar orientações administrativas e pedagógicas, exigindo que as escolas adotem medidas para proteger a segurança nacional, embora não tenha revelado o conteúdo específico dos avisos. "As escolas têm a responsabilidade de serem bons guardiões e de reforçar a sensibilização de professores e alunos sobre a segurança nacional", afirmou o gabinete.
O secretário para a Segurança, Chris Tang, já acusou anteriormente o fundador da página Edu Lancet, Hans Yeung, de explorar acontecimentos para exacerbar divisões sociais, numa entrevista divulgada em março.
Desde a imposição da controvertida Lei de Segurança Nacional por Pequim em 2020, na sequência de intensos protestos em 2019, a cidade tem vivido um ambiente de crescente repressão, com numerosos ativistas pró-democracia enfrentando processos judiciais ou prisão, enquanto muitos optaram pelo exílio. O clima de incerteza provocou a emigração de várias famílias de classe média e jovens profissionais em busca de melhores condições de vida.