FESAHT reprova recusa da AHRESP em estabelecer aumento salarial
Federação critica a AHRESP por não chegar a um acordo salarial para hotelaria e restauração, prejudicando milhares de trabalhadores.

A Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT), ligada à CGTP, expressou hoje o seu desagrado pela recusa da AHRESP em celebrar um acordo de atualização salarial pela segunda vez consecutiva. Esta decisão, afirmam, resulta na falta de aumento para milhares de trabalhadores em 2025, muitos dos quais recebem apenas o salário mínimo nacional, mesmo aqueles com mais de 30 anos de experiência em estabelecimentos de luxo.
A FESAHT critica ainda o que considera ser uma campanha enganosa da AHRESP que alega ter modernizado a regulamentação laboral no setor. Para a federação, essa suposta modernização não é mais do que uma tentativa de revisão de acordos com a UGT que tem como único objetivo a diminuição de direitos e a alteração dos nomes das categorias profissionais, promovendo assim uma maior polivalência em troca de remunerações inadequadas.
Além disso, a federação considera inaceitável a contínua desistência da AHRESP em realizar as reuniões agendadas para rever os contratos coletivos de trabalho. Para a FESAHT, está evidente que a principal intenção da associação é evitar a negociação.
“Não podemos continuar a aceitar que o setor, que representa uma parte significativa da economia nacional e prospera, mantenha os seus trabalhadores em condições precárias e com baixos salários,” comentaram representantes da FESAHT, que classificam como escandaloso o fato de um setor tão lucrativo continuar a compensar os seus colaboradores com quantias irrisórias.
Por fim, a FESAHT anunciou que está a avaliar a situação e irá decidir, em conjunto com os trabalhadores, a melhor forma de abordar esta questão, que consideram ser não só lamentável e injusta, mas também insustentável.
A agência Lusa já contactou a AHRESP em busca de um posicionamento sobre as críticas feitas.