Motoristas de autocarros na Madeira em greve com forte adesão
A greve dos motoristas de autocarros na Madeira, que decorre até quinta-feira, apresenta uma adesão significativa, segundo o sindicato, afetando todas as empresas de transporte público na região.

A greve dos motoristas de autocarros na Madeira, que se estende de hoje até quinta-feira, está a mostrar uma adesão considerável, conforme relatou Manuel Oliveira, dirigente do Sindicato Nacional de Motoristas e Outros Trabalhadores (SNMOT), à agência Lusa. Oliveira precisou que a paralisação abrange as três empresas de transporte público da região.
O sindicalista mencionou que a adesão foi “estrondosa” na empresa Siga Rodoeste, que conta com cerca de 80 motoristas, enquanto na empresa pública Horários do Funchal, que emprega 350 motoristas, a adesão “tende a melhorar”. Contudo, não foram disponibilizados números concretos sobre a CAM – Companhia de Automóveis da Madeira, que tem cerca de 60 motoristas.
A Secretaria Regional de Equipamento e Infraestruturas, responsável pela fiscalização dos transportes terrestres, afirmou à Lusa que a adesão na Horários do Funchal e na Siga Rodoeste não ultrapassou os 50%, enquanto na CAM o valor é descrito como “residual”. A secretaria acrescentou que foram cumpridos, em média, 63% dos serviços mínimos garantidos, embora tenha havido “alguns atrasos”.
As reivindicações do SNMOT incluem uma “correção da atualização salarial” de pelo menos 30,65 euros mensais e a reabertura do processo de negociação para redução do horário de trabalho para 35 horas semanais. Os motoristas manifestaram-se na Praça do Município, na manhã de hoje, contando com a presença de dezenas de profissionais.
Manuel Oliveira pediu desculpas aos utentes pela situação e expressou que “não basta o sindicato ter essa preocupação”, lamentando a falta de diálogo por parte da administração das empresas, da ACIF – Associação Comercial e Industrial do Funchal e do Governo Regional.
Oliveira referiu ainda que o SNMOT enviou um ofício à ACIF oferecendo desconvocar a greve no setor privado, caso fosse agendada uma reunião para dar início às negociações, que incluiriam um aumento de 5% na tabela salarial e a redução do horário semanal para 35 horas até 2030. No entanto, a ACIF respondeu que não tinha disponibilidade para tal.
Além disso, o SNMOT não foi consultado sobre a proposta de aumento salarial de 20 euros apresentada por outra instituição sindical, o STRAMM, para a Horários do Funchal, que estabelece um aumento retroativo a 1 de janeiro de 2025.
A Secretaria Regional de Equipamento e Infraestruturas indicou ainda que o processo negocial com os operadores interurbanos, CAM e Siga Rodoeste, ainda está em andamento, sob a coordenação da ACIF, que é responsável pelas negociações com os sindicatos. O Governo da Madeira apela à compreensão dos utilizadores face a esta greve de dois dias, lembrando que foram estabelecidos serviços mínimos.