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Incêndios de setembro de 2024 revelam vulnerabilidades persistentes no sistema de gestão

Apesar do alerta prévio, os incêndios de setembro expuseram problemas crónicos na coordenação e na eficácia das respostas operacionais, segundo a AGIF.

há 4 horas
Incêndios de setembro de 2024 revelam vulnerabilidades persistentes no sistema de gestão

Os incêndios que ocorreram em setembro de 2024 evidenciaram "vulnerabilidades persistentes" no sistema de gestão de fogos em Portugal, particularmente na colaboração entre entidades nacionais e regionais, assim como nas operações de comando e controlo. Esta conclusão é apresentada no relatório da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF).

Embora o alerta de risco extremo tenha sido emitido com 72 horas de antecedência, a AGIF apontou que a resposta aos incêndios foi marcada por várias fragilidades, incluindo a capacidade de gerir múltiplos incêndios complexos simultaneamente e a falta de uma gestão adequada dos espaços rurais. A entidade sublinha a necessidade de reforçar a fiscalização nas áreas urbanas e rurais e implementar programas de segurança comunitária mais eficazes.

No seu relatório, a AGIF liderada por Tiago Oliveira, destaca que a falta de coordenação estratégica dificultou a preparação e a alocação eficiente de recursos durante os incêndios. Apesar das melhorias nos últimos cinco anos, as fragilidades pré-existentes não permitem assegurar a visão de um Portugal protegido contra incêndios rurais graves até 2030.

O documento também nota uma diminuição significativa das ignições e dos grandes incêndios ao longo dos últimos anos, com uma queda de 63% na média anual de incêndios ocorridos de 2018 a 2024 em comparação com 2001-2017. No entanto, a área afetada pelos incêndios em 2024 aumentou drasticamente, com 92% da área ardida a ocorrer apenas em setembro. A AGIF alerta para o risco de um acúmulo de vegetação não gerida, que pode resultar em incêndios mais severos e rápidos, semelhante ao que se observou em 2017.

Além disso, a AGIF entregou ao Governo recomendações para melhorar o sistema de prevenção e resposta aos incêndios, incluindo a capacitação na tomada de decisão, a recuperação de áreas ardidas e a diminuição de incentivos para a construção em zonas de risco.

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