Khamenei: Indivíduo Invisível em Tempos de Guerra

O apelo do povo pelo paradeiro de Ali Khamenei, o líder supremo do Irão, intensificou-se desde o início do conflito armado com Israel. O clérigo de 86 anos tem estado a refugiar-se num abrigo, evitando comunicações eletrónicas para ocultar a sua localização, o que levanta questões sobre como enfrentará a transformação do seu país ao sair do esconderijo.

Após uma ausência pública desde 19 de junho, Khamenei fez uma aparição na televisão estatal na quinta-feira, afirmando que o Irão está a triunfar na guerra. Na sua intervenção, comentou a presença militar dos EUA, declarando que a intervenção americana se deve ao temor de que o "regime sionista" venha a ser totalmente aniquilado, acrescentando que o seu país "deu uma bofetada aos EUA". É a primeira vez que se dirige ao público desde há uma semana.

Ainda assim, o líder iraniano não parece ter abandonado o seu abrigo, levando a BBC a sugerir que Khamenei poderá aproveitar um eventual cessar-fogo para emergir. Contudo, uma vez fora, encontrará uma nação mudada, necessitando não apenas de reivindicar a vitória no conflito mas também de reparar a sua imagem. O momento trará um país ravido pela guerra e pela destruição.

Importa destacar que Khamenei estaria já a pensar na sua sucessão, tendo indicado três possíveis candidatos e transmitido instruções à Assembleia de Peritos para garantir uma transição rápida, que proteja o seu legado. A sucessão num regime como o do Irão é uma questão crítica e delicada.

O conflito entre Israel e o Irão, que se intensificou com ataques aéreos de ambos os lados, representa uma das crises mais sérias até agora entre os dois países. O futuro do regime e do próprio Khamenei permanece incerto no meio deste cenário turbulento.